ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 21-5-2007.
Aos vinte e um dias do mês de maio do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa,
João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes e Maria
Celeste. Constatada
a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei,
Maristela Meneghetti, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton
Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude,
o Pedido de Informação nº 077/07 (Processo nº 2951/07); pelo Vereador Adeli
Sell, o Pedido de Informação nº 079/07 (Processo nº 2978/07); pelo Vereador
Almerindo Filho, o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/07 (Processo nº
1517/07); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Informação nº 078/07
(Processo nº 2956/07); pela Vereadora Maristela Meneghetti, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 070/07 (Processo nº 2263/07); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 078 e 080/07 (Processos nos
2498 e 2560/07, respectivamente). Ainda, foi apregoado Comunicado de autoria do
Vereador Elias Vidal, informando que, a partir desta data, a filiação
partidária de Sua Excelência pertence ao Partido Popular Socialista – PPS. Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 100, 1287, 1351, 1682 e 3739/07, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram
aprovadas as Atas da Vigésima Oitava, Vigésima Nona e Trigésima Sessões
Ordinárias e da Sétima Sessão Solene. Na ocasião, a Senhora Presidenta
registrou as presenças, neste Plenário, da ex-Deputada Estadual Jussara Cony e
do Deputado Estadual Raul Carrion. A seguir, em face de Requerimento verbal,
formulado pela Vereadora Neuza Canabarro, foi alterada a ordem dos trabalhos,
iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso
do trigésimo quinto aniversário do Conselho Regional de Profissionais de
Relações Públicas – CONRERP –, nos termos do Requerimento nº 006/07 (Processo
nº 0518/07), de autoria da Vereadora Neuza Canabarro. Compuseram a MESA: a
Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a
Senhora Marta Busnello Alves, Presidenta do Conselho Regional de Profissionais
de Relações Públicas; o Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação
Riograndense de Imprensa – ARI –; a Senhora Márcia Regina Pimentel Rech,
Secretária do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Neuza Canabarro lembrou a criação do Conselho
Regional de Profissionais de Relações Públicas, em maio de mil novecentos e
setenta e dois. Sobre o assunto, afirmou que essa instituição tem se destacado
por uma ação permanente no sentido de valorizar e fortalecer o profissional de
Relações Públicas, considerando fundamental o trabalho desenvolvido por essa
categoria em prol da integração dos diferentes grupos formadores da sociedade
contemporânea. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Senhora Marta
Busnello Alves, que, em nome do Conselho Regional de Profissionais de Relações
Públicas, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto
Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini referiu-se às obras de
ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, enfatizando que esse empreendimento
se encontra paralisado desde dezembro do ano passado. Da mesma forma, asseverou
que essa situação acarreta inúmeros transtornos e prejuízos, em especial aos
comerciantes daquela região, sustentando ser inadequado o gerenciamento desse
assunto feito pelo Governo Estadual. A seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na
vereança o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na
ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Adeli Sell, Líder da
Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a
vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Carlos Comassetto. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen saudou os eventos realizados na
Cidade, intitulados “Caminhada pela Paz, pela Segurança e Contra a Violência” e
“3º Feirão da Casa Própria”. Ainda, elogiou a sinalização de
radares de controle de velocidade em vias públicas, lamentou o envolvimento de políticos em
denúncias de corrupção e atentou para aspectos negativos de proposta do Governo
Federal, de premiação de estudantes que apresentarem resultados escolares
positivos. Após, foram apregoados os
Memorandos nos 123, 124 e 125/07, firmados pela Vereadora
Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa
as Representações Externas deste Legislativo, respectivamente: do Vereador João
Carlos Nedel, do dia vinte e cinco ao dia vinte e sete de junho do corrente, no
VI Encontro Internacional do Terceiro Setor – Economia Social –, VIII Encontro
das Fundações e Organizações do Mercosul e I Encontro de Comunicação – Terceiro
Setor – Economia Social, no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul – PUCRS –; da Vereadora Margarete Moraes, hoje, a partir
das dezessete horas, no lançamento oficial do novo Marco Estratégico para a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO – no Brasil, na Reitoria da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS –; e da Vereadora Maristela Meneghetti, no
dia trinta e um de maio do corrente, a partir das dezenove horas e trinta
minutos, na cerimônia de entrega do “35º Prêmio Exportação RS”, promovida pela
Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil – ADVB/RS –, na
Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Adeli Sell abordou denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa,
avaliando o papel da Polícia Federal na investigação dessas acusações e
enfocando a importância de que sejam dados a essa instituição os instrumentos
necessários ao pleno exercício de suas atividades. Também, propugnou pela
tomada de posição dos Parlamentos frente ao tema, por ser o Poder Legislativo
responsável pela fiscalização de ações que envolvam órgãos públicos do País. A seguir, foi
apregoado Comunicado de autoria da Vereadora Maristela Maffei, informando sua
filiação ao Partido Comunista do Brasil, a partir do dia dezenove de maio do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei discursou a respeito de sua
desvinculação do Partido Socialista Brasileiro e filiação ao Partido Comunista
do Brasil, enfatizando a transparência de seus atos e reafirmando sua conexão com as ideologias políticas voltadas às
causas sociais. Em relação ao assunto,
justificou que recebeu um convite para integrar-se ao PCdoB e avaliou que integrando esse Partido
poderá manter ligações mais diretas com os movimentos comunitários. Na ocasião,
a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do ex-Vereador Pedro
Américo Leal. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely elogiou o Projeto de
Lei do Executivo nº 010/06, que cria a Corregedoria e a Ouvidora da Guarda
Municipal, aprovado nesta Casa, e possibilita o porte de armas pelos Guardas
Municipais, ponderando que, dessa forma, as ações desses agentes tornam-se mais
efetivas. Também, discutiu a determinação do Conselho Nacional de Trânsito, que
exige a sinalização dos radares, argumentando que a medida não é apropriada
para o uso desses equipamentos nas vias de alta velocidade. O Vereador Dr.
Goulart defendeu o Hospital Vila
Nova, aludindo a dificuldades
financeiras enfrentadas por essa instituição e conclamando os Senhores Vereadores a participarem da solução desse
problema. Igualmente, chamou a atenção
para as modalidades de serviço desenvolvidas nesse Hospital, destacando o atendimento a pacientes
terminais de AIDS, a doentes mentais encaminhados pela Superintendência dos
Serviços Penitenciários e a portadores de afecções neurológicas incuráveis. A
Vereadora Maria Luiza opinou que
os indiciados por desvio de dinheiro público devem ser afastados dos seus
cargos enquanto se encontram sob investigação. Ainda, defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 031/07, de sua
autoria, que prioriza a concessão de licenças para os comerciantes ambulantes
que recolherem contribuição previdenciária junto ao Instituto Nacional do
Seguro Social, asseverando que a
medida contribui para evitar a falta de assistência ao trabalhador autônomo. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Professor Garcia mostrou-se contrário à proposta do Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, que estipula premiação em dinheiro para estudantes
aprovados na quinta, sexta, sétima e oitava séries do Ensino Fundamental, alegando que esse Projeto pode
estimular os pais a pressionarem os professores para a aprovação indevida de
alunos e afirmando que seria
mais efetivo criar políticas públicas de geração de emprego e renda para resolver
os problemas de desigualdade social. O Vereador Dr. Raul comemorou o décimo quinto aniversário
do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, lembrando que esse órgão tem as funções de propor, discutir, orientar
e fiscalizar a implementação de políticas públicas para a saúde municipal. Da mesma forma, solidarizou-se com o Hospital Vila
Nova e enfatizou a importância
da prevenção no combate à dengue. Finalizando,
reportou-se à entrega, pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, da Comenda
Defensores da Saúde à Senhora Diza Gonzaga, Presidenta da Fundação Thiago de
Moraes Gonzaga. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 027/05, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Margarete Moraes e Guilherme Barbosa;
em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 239/06 e 024/07, discutidos pelos Vereadores João
Antonio Dib, Adeli Sell e Guilherme Barbosa; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nos 057/07, discutido pela Vereadora
Margarete Moraes, e 066/07, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Guilherme
Barbosa e Newton Braga Rosa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha
reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Todeschini, no período
de Comunicações, acerca das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira
Garcia. Nesse contexto, mencionou alterações ocorridas no projeto original
desse empreendimento, iniciado em mil novecentos e noventa e oito, solicitando
medidas do Governo Estadual para que sejam encontradas soluções que viabilizem
a conclusão dessa obra. O Vereador João Antonio Dib citou ações encaminhadas
por Sua Excelência quando Prefeito Municipal, no sentido de ampliação,
reasfaltamento e iluminação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, aludindo a
pronunciamentos sobre essa obra, hoje efetuados nesta Casa. Ainda, comentando
denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa, analisou questões atinentes à
responsabilidade, ética e à competência, que devem ser exigidos dos cidadãos
que optam por assumir cargos públicos. O Vereador Adeli Sell reconheceu a
contribuição dos ex-Prefeitos José Loureiro da Silva e João Antonio Dib para a
Zona Norte de Porto Alegre, salientando melhorias viárias realizadas nessa
região durante os mandatos desses políticos. Ainda, ressaltou a necessidade de
que denúncias de corrupção sejam devidamente investigadas pelas esferas
competentes. Finalizando, defendeu mais empenho na conclusão das obras na
Avenida Baltazar de Oliveira Garcia e cobrou maior fiscalização da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente. O Vereador José Ismael Heinen referiu-se às obras
de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, alegando que esse
empreendimento não foi corretamente planejado e executado. Além disso,
desaprovou a forma como foram tratadas denúncias de envolvimento de integrantes
do Governo Federal e do Congresso Nacional com atividades ilícitas, asseverando
que diversos políticos envolvidos em escândalos não foram punidos. O Vereador
Claudio Sebenelo discorreu acerca dos efeitos da corrupção na imagem dos
políticos junto à sociedade brasileira e internacional, alertando que isso se
reflete no aumento do descrédito da população quanto às instituições democráticas
do País. Em relação ao assunto, chamou a atenção para o aumento dos problemas
sociais e econômicos causado pela concentração de renda e pelo desvio irregular
de recursos públicos. O Vereador Haroldo de Souza propugnou pela discussão,
nesta Casa, de temas atinentes à realidade de Porto Alegre, frisando que
assuntos nacionais, por não poderem ser resolvidos neste Parlamento, deveriam
ser tratados secundariamente. Também, defendeu melhores condições de trabalho
para condutores de lotação, procedendo à leitura de correspondência enviada a
Sua Excelência por integrante dessa categoria, relativa às dificuldades
enfrentadas para o exercício de sua profissão. O Vereador Ervino Besson comentou
relatório da Polícia Federal, o qual dá conta de envolvimento em atividades
ilícitas do Senhor Silas Rondeau Cavalcante da Silva, Ministro de Minas e
Energia. Também, saudou Resolução do Conselho Nacional de Trânsito no sentido
de que condutores sejam devidamente alertados sobre a posição de radares de
fiscalização móvel, recordando proposição de sua autoria, que previa a
implantação dessa medida em Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal, formulado
pela Vereadora Maria Celeste, aditado pelo Vereador João Antonio Dib,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 056/07. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 058/07, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores João Antonio Dib e Claudio Sebenelo e pela Vereadora Sofia Cavedon.
Em continuidade, foi apregoado o Memorando nº 128/07, firmado pela Vereadora
Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual
Sua Excelência informa a Representação Externa da Vereadora Neuza Canabarro, às
dezenove horas de hoje, em evento comemorativo do terceiro aniversário da
revista Voto e no lançamento do projeto “Identidade – Gaúchos do Século XXI”, a
ser realizado no Solar dos Câmara, na Rua Duque de Caxias. Também, foram apregoadas
as Emendas de nos 01, subscrita pelos Vereadores Adeli Sell, Líder
da Bancada do PT, Aldacir Oliboni, Guilherme Barbosa e Mauro Pinheiro e pela
Vereadora Sofia Cavedon, e de nº 02, subscrita pelos Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni e Mauro Pinheiro e pela Vereadora Sofia Cavedon, ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 429/03 (Processo nº 5907/03). Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, deferido pela Senhora
Presidenta, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 01 e
02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 429/03. Na ocasião, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando que as
Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº
429/03, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
429/03, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte votos SIM e um voto
NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Dr. Raul, Sofia Cavedon, Aldacir Oliboni,
Neuza Canabarro, Luiz Braz, Adeli Sell e Professor Garcia e encaminhado à votação
pelo Vereador Haroldo de Souza, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo,
Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não o Vereador
Márcio Bins Ely. Foram votadas destacadamente e aprovadas as Emendas nos
01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 429/03. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo, o Vereador Carlos Todeschini cedeu
seu tempo de discussão à Vereadora Sofia Cavedon. Em Discussão Geral, 3ª
Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 006/05. Em Discussão Geral
e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 033/05, o qual, após ser
discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Elói Guimarães e João Antonio Dib,
teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria
do Vereador Adeli Sell. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
João Antonio Dib, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do
Projeto de Lei do Legislativo nº 035/06. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 227/06, o qual deixou de ser
apreciado, em face da inexistência de quórum. Na oportunidade, a Senhora
Presidenta convidou a todos para atividades que estão sendo desenvolvidas nesta
Casa, referentes à Semana de Combate à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes. Às dezoito horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de
quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Adeli Sell, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pela Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e
secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e Aldacir Oliboni. Do que eu,
Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registro, com
muita satisfação, a presença da nossa sempre Deputada Estadual Jussara Cony.
Seja muito bem-vinda à nossa Casa, querida companheira. Registro, também, a
presença do nosso Deputado Estadual, ex-Vereador desta Casa, Raul Carrion. Seja
bem-vindo.
Apregôo o seguinte comunicado à Presidência da
Câmara Municipal: “Venho, por meio desta, comunicar que minha filiação
partidária pertence, a partir desta data, ao PPS - Partido Popular Socialista,
comprometendo encaminhar cópia desta ao Diretório Municipal. Sem mais, nestes
termos, atenciosamente, Ver. Elias Vidal.”
A SRA. NEUZA CANABARRO (Requerimento): Sra
Presidenta, nós solicitamos a inversão do Grande Expediente, ficando o período
de Comunicações em primeiro lugar, porque os homenageados já se encontram nesta
Casa.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Mesa acolhe o
Requerimento da inversão da pauta, passando para o período de Comunicações, em
primeiro lugar, neste momento, uma vez que os representantes da entidade
participante da Tribuna Popular ainda não chegaram.
Passamos às
O período de Comunicações de hoje assinala o
transcurso do 35º aniversário do Conselho Regional de Profissionais de Relações
Públicas - Conrerp, nos termos do Requerimento nº 06/07, de autoria da Verª
Neuza Canabarro.
Convido para compor a Mesa dos trabalhos a Sra
Marta Busnello, Presidenta do Conselho Regional de Profissionais de Relações
Públicas; o Sr. Ercy Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa;
a Senhora Márcia Rech, Secretária do Conselho Regional de Profissionais de
Relações Públicas.
Neste momento, concedo a palavra à proponente desta homenagem, Verª Neuza Canabarro.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sra
Presidenta; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) É com imensa satisfação, Marta, que hoje eu presto
esta homenagem pela comemoração dos 35 anos do Conselho Regional de
Profissionais de Relações Públicas, que tem sob sua jurisdição os Estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina.
Considero fundamental a atuação de um órgão de
classe na busca do reconhecimento, respeito e valorização dos 2.527
profissionais que exercem a atividade de relações públicas.
Criado em 18 de maio de 1972, o Conselho teve,
como seu primeiro Presidente, Jerônimo Carlos Santos Braga. Ao longo desses 35
anos se destacou pela ação permanente e firme, no sentido de valorizar e
fortalecer a profissão e evitar a atuação de pessoas inescrupulosas que exercem
atividades para as quais não estão habilitadas.
Além de desempenhar papel importante na
fiscalização do exercício profissional, orienta o seu trabalho ao
aperfeiçoamento de seus integrantes e defesa dos procedimentos éticos deles
exigidos. Regulamentada há 39 anos pela Lei n° 5.377, de 11 de dezembro de
1967, a profissão de Relações Públicas é considerada uma atividade fundamental
no atual estágio das sociedades modernas e globalizadas, em que a informação
ocupa um espaço importante na vida das pessoas.
Vivemos um momento de valorização da profissão
das Relações Públicas, reconhecida pela sua função básica de promover a
comunicação integrada de empresas e atuar no gerenciamento de crises. De acordo
com pesquisas recentes, é a sétima no ranking mundial das profissões de
futuro. Os gestores e organizações começam a valorizar a necessidade de
implantar sistemas de comunicação adequados aos diferentes públicos envolvidos,
e reconhecem que as Relações Públicas contribuem decisivamente com os índices
de crescimento. Eles sabem que uma organização não pode mais viver apenas com
aquilo que aprendeu da técnica de vendas mediante o método da tentativa de
acerto ou erro. Têm consciência de que esse repertório de reconhecimento
continua importante, mas deixou de atender por si só às necessidades dos
consumidores deste século.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, em nome da
Bancada do Partido Progressista, dos Vers. João Antonio Dib, Newton Braga Rosa
e em meu nome, quero cumprimentá-la pela importante homenagem ao 35º
aniversário do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas. Meus
parabéns, extensivos ao nosso Conselho.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Da mesma forma, quero, em nome da
Bancada do PT, fazer essa mesma homenagem. Obrigado.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, eu
aproveito, e, também, em nome do PSDB, cumprimento V. Exa por ter
proposto para a Casa e aprovado esta homenagem, e digo que V. Exa
fala também em nome do meu Partido. Muito obrigado.
O Sr. Ervino Besson: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza Canabarro, eu sei que
o ato é muito importante, e a Presidenta saberá entender. Eu quero parabenizar
V. Exa e aproveitar para fazer uma homenagem ao Sr. Nei Silveira
Carvalho, um dos idealizadores do Conselho Regional de Relações Públicas.
Formado na primeira turma de Relações Públicas da Feevale, lutou pela
preservação da Usina do Gasômetro; foi membro do Rotary Club Parque Eldorado,
maçom emérito, fundou duas lojas maçônicas, ajudou a fundar a Associação dos
Amigos de Rio Pardo, falecido no dia 12 de maio, com
77 anos, portanto, in memorian, vamos incluir nesta homenagem uma grande
pessoa que tanto fez. Sou grato a Vossa Excelência.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Muito obrigada.
O Sr. José Ismael
Heinen: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Obrigado, nobre Verª Neuza Canabarro. Quero me associar a essa
brilhante iniciativa, essa homenagem justa ao Conselho Regional dos
Profissionais de Relações Públicas. Parabéns pela proposta e parabéns aos
profissionais de Relações Públicas.
A Sra
Clênia Maranhão: V. Exa permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza, quero, em nome da nossa Bancada
do PPS, e também em nome da Bancada do PMDB, por solicitação do seu Líder,
saudar V. Exa por essa iniciativa, saudar todos os profissionais de
Relações Públicas que prestigiam com as suas presenças a nossa Casa na tarde de
hoje, saudar todas as iniciativas que são feitas pela entidade que a senhora
representa, e, dizer que é um prazer muito grande poder compartilhar desta
homenagem, que acho que dá visibilidade a esta Casa da atuação da entidade.
Parabéns.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: A nossa Presidenta Marta Busnello já vê que há uma
unanimidade na Casa em relação a esta homenagem.
Então, aproveito esta
ocasião para prestar o merecido reconhecimento a esses profissionais dedicados
a uma das atividades mais complexas e importantes dos dias atuais, que exige
pessoas polivalentes, com sensibilidade, intuição, conhecimento e iniciativa.
Na figura da
Presidenta Marta Busnello, homenageio todos os profissionais e Relações
Públicas e faço votos de que a atuação do Conselho Regional dos Profissionais de
Relações Públicas continue firme e forte para que a categoria se imponha e
mostre sua importância para organizações de características modernas. Parabéns,
Marta, porque tu és o retrato da profissional de Relações Públicas. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Com a palavra, a Sra
Marta Busnello, Presidenta do Conselho Regional de Relações Públicas.
A SRA. MARTA
BUSNELLO: Boa-tarde, Sra Presidenta, Verª Maria
Celeste; Sra Vereadora Neuza Canabarro; Srs. Vereadores; ex-presidentes
do Conrerp; caro Sr. Ercy Torma, Presidente da Associação Riograndense de
Imprensa; caros colegas de profissão, agradeço as sensibilizadas manifestações
dos Vereadores, a lembrança do falecimento recente do nosso querido companheiro
Nei Carvalho.
Desde 1972, o
Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas, com jurisdição nos
Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, vem cumprindo o seu papel
institucional de zelar pelo registro profissional do profissional de Relações
Públicas. Também atuamos com firmeza na fiscalização de suas atividades.
Nestes 35 anos, o
Conrerp contou com a valiosa contribuição dos ex-presidentes Jerônimo Braga,
Eurico Saldanha de Lemos, Salvador Abech, Ivo Balestrin, Plínio Dotto, Selene
Fagundes, Martha Azevedo, Ari Bernardi, Hugo Filippini, Andréia Athaydes,
Elaine Benfica e Marina Martinez. Com o apoio dos demais conselheiros,
construíram uma entidade que se renova em suas ações, mas mantém intacta a
razão desse esforço: servir ao fortalecimento da profissão de Relações Públicas
e, por meio dela, contribuir para o desenvolvimento da sociedade gaúcha.
Agradecemos à Câmara
Municipal de Porto Alegre a adesão à proposição da Verª Neuza Canabarro.
Nossa entidade
entende esta homenagem como um reconhecimento dos Vereadores e Vereadoras de
todos os Partidos nesta Casa representados.
O Conselho Fiscal de
Relações Públicas e os Conselhos Regionais vêm trabalhando para ampliar o
reconhecimento da sociedade para a importância do trabalho de Relações
Públicas.
Ao longo deste ano de
comemorações, muitas atividades estão programadas. Entre elas, tenho o prazer
de comunicar que, com o apoio do Conrerp, as Relações Públicas Fernanda
Schneider, Malvina Castro e Vera Corrêa reiniciam as atividades da Associação
Brasileira de Relações Públicas do Rio Grande do Sul, entidade que somará
esforços na divulgação de nossa profissão.
Porto Alegre, o Rio
Grande do Sul e o Brasil necessitam que os governos e as empresas coloquem em
primeiro lugar o compromisso com o desenvolvimento sócio-econômico que respeite
a preservação do meio ambiente.
O trabalho do
profissional de Relações Públicas não é a mera aplicação de técnicas de
comunicação. Nossa plataforma de atuação, a filosofia de relações públicas,
fundamenta políticas e estratégias de relacionamento com os diversos públicos
de uma organização, seja ela pública ou privada.
Graças ao trabalho
dos gestores do Conrerp e, principalmente, da Comissão de Ética e Fiscalização
do exercício profissional podemos, hoje, depois de três décadas, mostrar
claramente qual tem sido a contribuição das Relações Públicas para uma
sociedade mais justa e solidária.
É uma sociedade que
aos pessimistas pode parecer cada dia mais distante. Nós preferimos enxergar
os resultados positivos do nosso trabalho. Temos a certeza de que este também é
o pensamento que move, nesta Casa, os homens e as mulheres eleitos pela
população de Porto Alegre.
Temos assim, Vereadores e Relações Públicas,
muitos ideais em comum. Nossas armas são as palavras que expressam conceitos éticos
e conhecimentos advindos dos estudos e da experiência de vida. Este Plenário e
a sala das organizações são os nossos campos de luta.
O Conselho Regional de Relações Públicas
aproveita esta solenidade, em que homenageia os seus 35 anos, para fazer um reconhecimento
formal: queremos testemunhar a importância da Câmara Municipal de Porto Alegre
e de todos os órgãos legislativos para a vida democrática.
Agradecemos, em especial, a atenção dispensada
ao Conrerp pela Verª Neuza Canabarro, uma pessoa pública, comprometida com as
causas da comunicação social e amiga das entidades de classe deste Estado. Uma
mulher da vida política, que sabe o valor e o poder da comunicação para as
pessoas, para as comunidades e para as organizações.
Ao nosso sensibilizado agradecimento,
acrescentamos os nossos parabéns, o nosso muito-obrigado pela participação de
todos. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com as palavras
da Presidenta do Conselho Regional de Relações Públicas, Sra Marta Busnello,
encerramos este momento de homenagem, propiciado a esta Casa por proposta da
Verª Neuza Canabarro.
Então, agradecemos a presença de todos os
senhores e senhoras e damos por encerrada esta homenagem. (Pausa.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Retornamos os trabalhos.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Verª Maria
Celeste, a nossa saudação, o nosso boa-tarde, Vereadores e Vereadoras, público
presente e assistência do Canal 16, hoje nós tivemos a notícia pela imprensa de
que, mesmo espirando amanhã o prazo para a entrega da documentação por parte do
Estado para que se viabilizassem a contrapartida e as obrigações para o
reinício da conclusão das obras da Av. Baltazar, Ver. Mauro, o Governo não
cumpriu aquilo a que estava obrigado. E é importante que se diga, porque nós
tivemos uma reunião, em novembro, lá no eixo da Baltazar, porque era para ter
os recursos garantidos já em dezembro, para a retomada das obras. Nós fomos ao
Prefeito, a Verª Maria Celeste esteve com o Prefeito e com o Chefe da Casa
Civil, foi prometido e foi garantido que as obras seriam retomadas e, no
entanto, o que nós vemos é o mais puro descaso. A importância que o Estado deve
aportar para que a obra reinicie é em torno de um milhão e oitocentos mil reais
e mais o cumprimento da documentação, inclusive para o câmbio de papéis e das
articulações que viabilizariam a retomada daquela obra. Pois bem, se a obra
fosse retomada a pleno vapor, no mês de dezembro, Ver. Mauro, ela só seria
concluída em novembro deste ano. No entanto, passou-se dezembro, janeiro,
fevereiro, março, abril, estamos nos encaminhando para a última semana de maio,
e não há nada de perspectiva para a retomada da obra. Então eu vejo isso,
Presidenta, como um descaso sem precedentes. Eu vou relembrar algumas coisas
aqui: essa obra foi planejada, arquitetada em Governos anteriores. Eu não sei
se ela iniciou no Governo Britto, mas eu tenho certeza de que, depois, ela
passou pelo Governo do companheiro Olívio Dutra, quando na liderança do Estado,
e, naquela época, nós estávamos na Direção do DMAE, o qual foi chamado,
inclusive, para integrar o Plano de Obras da Linha Rápida, e nós alocamos
recursos e executamos a obra de adução de água, que custou cerca de dois
milhões de reais. Isso não foi pouca coisa, mas isso foi feito, foi realizado,
em 2002. No entanto, Ver. Oliboni, o Governo do Estado toma uma decisão
irresponsável no sentido de abrir cinco quilômetros e meio, deixando aquela
comunidade totalmente abandonada, levando o comércio à quebradeira, levando à
insegurança, levando aos congestionamentos, levando ao desastre que levou.
Mesmo depois de afirmar, por várias vezes, que cumpriria com o cronograma, o
que nós vemos é indiferença e uma omissão irresponsável das autoridades, o que
não tem cabimento, pois aquilo transtorna a vida de toda a Cidade; transtorna a
vida de Porto Alegre e traz um prejuízo em todas as dimensões a todas as
pessoas que por ali moram, circulam, trabalham, ou têm atividade econômica.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Estive agora falando com o coordenador das obras, e ele me disse que
está dependendo de uma exigência burocrática do BNDES, para a qual, eu peço a
sua ajuda junto ao seu Governo, para que pare com o excesso de burocracia e
libere essa solicitação. Muito obrigado.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Essa versão do Ver. Nedel é uma graça,
vamos dizer assim, porque o Governo do Estado deve as contrapartidas. O BNDES
tem isso financiado há muitos anos, desde o Governo Britto. O Governo do Estado
não paga as contrapartidas e está fazendo uma outra proposta, Ver. Nedel, que
vai abrir uma exceção muito grande. Então, por favor, vamos assumir as
responsabilidades. Muito obrigado.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver.
Guilherme. Só me permita concluir, então, e eu vou dizer o seguinte: o Ver.
Guilherme tem a plena razão aqui, porque é inaceitável. A única coisa que
explica isso é a incompetência, a irresponsabilidade e a incapacidade total
desses governantes que lá estão de ter atitudes, porque as exigências do BNDES
sempre foram as mesmas; o que não há é um pingo de vergonha na cara e não se
faz o que tem que ser feito, Ver. Mauro. Esse tipo de Governo, inclusive, tem a
passividade aqui do Governo Municipal, e, aliás, a Governadora teve apoio do
Prefeito, porque ele disse que essa era a melhor alternativa para o Rio Grande,
e vejam o que virou: um conluio de incapacidade, de desleixo, de indiferença
que deixam o povo à mercê dessas desgraças. E não é problema de ajuda, não!
Porque o BNDES trata todos sem diferença. Também não é problema de burocracia;
é problema de incompetência, Nedel! Essa é a questão! Fiquem atentos porque o
povo vai julgar isso como deve ser julgado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver.
Todeschini.
O Ver. Carlos Comassetto solicita Licença para
Tratamento de Saúde no dia 21 de maio de 2007, acompanhando declaração de
impedimento do Vereador Suplente, Ver. Gerson Almeida. A Mesa declara empossado
o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, nos termos regimentais, que integrará a Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana – CEDECONDH.
Em votação as Atas das seguintes Sessões: 7ª
Sessão Solene, 28ª Sessão Ordinária; 29ª Sessão Ordinária, 30ª Sessão
Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADAS.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima
Sra Presidenta, Verª Neuza Canabarro; nobres Vereadoras, Vereadores,
quero cumprimentar de uma forma toda carinhosa nosso eterno Vereador desta
Casa, Coronel Pedro Américo Leal; o nosso Deputado Estadual, também eterno
Vereador desta Casa, Deputado Raul Carrion.
Tivemos tantas notícias nesse final de semana,
mas destaco as boas, que me agradaram particularmente, como a sinalização dos
radares, porque eu acho que é por aí que nós temos que começar: educando os
usuários do nosso trânsito a não ultrapassarem os limites de velocidade, mas
não pelo medo de punição, mas sabendo que, se ultrapassarmos a velocidade, nós
podemos causar um acidente que poderá ser fatal.
Outra boa notícia: participamos sábado,
juntamente com o Ver. Professor Garcia, da Caminhada pela Paz, pela Segurança e
contra a Violência, na Zona Norte da nossa Cidade, organizada pelo Proerd.
Quero cumprimentar o Comandante da Brigada, os diretores dos colégios que
estiveram presentes, os Colégios Estaduais Jardim Lindóia, Costa e Silva, Ana
Neri, Bento Gonçalves, Vinte de Setembro e São Francisco; e os Colégios
Municipais Itamarati e Ildo Meneghetti, pelo entusiasmo dos alunos desses
colégios e das diretoras; o destacamento do 20o Batalhão de Polícia
Militar, e, de forma toda especial, o Sargento encarregado desse movimento
maravilhoso, o Sargento Garcia.
Da mesma forma, quero parabenizar a Caixa
Econômica Federal pelo sucesso do Feirão da Casa Própria, pois é um assunto que
me toca sempre muito de perto - a casa própria -, para que o nosso povo possa
morar com dignidade.
Mas em compensação, duas notícias terríveis do
final de semana, não é a toa que, numa interativa da Rádio Gaúcha, a nossa
política está com 0,6% na aprovação do nosso público de Porto Alegre.
Amanhecemos com notícias tristes, em que vemos políticos, em que vemos
governantes, em que vemos Ministros, empresários envolvidos, uma verdadeira
“cassandra de rapina” de vergonha do nosso País. Temos, urgentemente, que
partir, Verª Neuza Canabarro, para uma política de Educação, para ver se nós
conseguimos formar uma nova geração neste País e que estejamos livres deste
assalto ao patrimônio público do nosso País. E o povo brasileiro pagando
impostos, pagando Imposto de Renda, pagando CPMF, pagando um monte de impostos,
para, de repente, serem desviados da sua finalidade. É lamentável, é triste,
condeno veementemente. Sinto-me até entristecido por ser político também, mas
somos necessários para fazer o combate a essa política na contramão da história
do nosso País. Da mesma forma, a outra parte que me deixou estarrecido foi S.
Exª, o Presidente da República. Para mim é um “balão de ensaio” querendo
premiar os nossos estudantes, caso passem no final de ano – ele colocou R$
204,00. Quer dizer, vamos formar gerações neste País, gerações de pedintes,
gerações de esmolas, e a dignidade do ser humano, que se faz através de buscar
conscientemente o saber, da sua profissionalização, de progredir na vida e de
ter a sua dignidade, fica relegada a um segundo plano. Em vez de se arrumar
verbas para a nossa Educação, já que nossos colégios estão caindo, estão sendo
depredados, professores mal pagos, numa educação nacional, em que estamos em
72º lugar no ranking mundial, perdendo inclusive para o nosso país,
vizinho, o Paraguai. Da mesma forma, somos uma das últimas avaliações de alunos
na repetência; como já é de praxe, continuamos perdendo também nessa parte para
o Haiti. Ficamos, deveras, torcendo para que o Governo desperte e faça,
realmente, uma política educativa, uma política de resgate da individualidade,
da cidadania do ser humano, de todos os nossos brasileiros. Deixo colocadas
essas minhas considerações, nesse inicio de semana, com algumas ações
positivas, mas duas, realmente muito tristes, que envergonham todos os
brasileiros de bem. Muito obrigado, Sra Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Nós que
agradecemos, Ver. José Ismael Heinen.
Apregoamos o Memorando n° 123, do Gabinete da Presidência (Lê.): “Informamos que o Ver. João
Carlos Nedel estará representando esta Câmara Municipal no VI Encontro
Internacional do Terceiro Setor - Economia Social, VIII Encontro das Fundações
e Organizações do Mercosul e I Encontro de Comunicação - Terceiro Setor -
Economia Social, a realizar-se nos dias 25 a 27 de junho de 2007, no Centro de
Eventos da PUCRS”. Assina a Verª Maria Celeste.
Apregoamos o
Memorando n° 124 (Lê.): “Informamos que a Verª Margarete Moraes estará
representando esta Câmara Municipal no lançamento oficial do novo Mapa
Estratégico para a UNESCO no Brasil, a realizar-se no dia 21 de maio de 2007,
às 17 horas, na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”.
Apregoamos o
Memorando n° 125, do Gabinete da Presidência (Lê.): “Informamos que a Verª
Maristela Meneghetti estará representando esta Câmara Municipal na cerimônia de
entrega do 35° Prêmio Exportação RS, a realizar-se no dia 31 de maio de 2007,
às 19h30min, na Associação Leopoldina Juvenil”.
A Verª Maria Celeste,
Presidenta desta Casa, assina todos eles.
O Ver. Adeli Sell
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria
Celeste.
O SR. ADELI SELL: Cara Verª Neuza Canabarro, colegas Vereadores, Vereadoras, cidadãos,
cidadãs, minha cara amiga Jussara Cony - prazer tê-la conosco; importante o
papel que V. Exa já desempenhou nesta Casa -, eu queria aproveitar
este momento, em que os noticiários da nossa imprensa desnudam o processo de
corrupção no País, para dizer que a morte do Juiz Falcone, na sua luta
contra a máfia italiana, não foi em vão. Lembro que figuras importantes daquela
República, como Bettino Craxi, caíram em desgraça. Bettino Craxi,
inclusive, foi o mentor intelectual dessa triste figura que deixou há pouco a
Presidência na Itália, o Berlusconi.
No Brasil, nós
estamos vendo o papel importante desempenhado por uma estrutura de Estado: a Polícia
Federal. Nós esperamos que continue assim, a Polícia Federal com a liberdade de
atuação dentro dos limites estritos da lei, da democracia, do Estado Pleno de
Direito, e que ela continue a fazer o que está fazendo. Infelizmente, há muito
tempo - e não como dizem alguns Vereadores, e não como quis passar aqui o
Vereador do DEM -, existe o problema de corrupção, não é um problema apenas de
agora. Inclusive queria lembrar que o Deputado Paulo Magalhães, do DEM da
Bahia, foi flagrado num grampo, como foram flagrados também Jackson Lago, do
PDT; Teotônio Vilela, do PSDB; Prefeito de Camaçari, que é do PT; entre outros.
Nós temos sempre a mesma opinião, temos sempre a
mesma posição sobre a necessidade de combate à corrupção. Não importa de onde
venha, combatemos e continuaremos a combater todo processo de corrupção. Por
isso...
Verª Neuza, está difícil falar com este barulho
insuportável hoje na Casa.
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Por gentileza,
solicitamos atenção: o Vereador está falando, e nós queremos assegurar a sua
palavra.
O SR. ADELI SELL: Porque nós não
esquecemos ainda uma certa pasta rosa muito suspeita, não esquecemos a compra
de voto para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, não esquecemos a
escandalosa doação da campanha Vale do Rio Doce e o escândalo da Telebrás, como
também não esquecemos o fracasso da Saúde durante a gestão do Presidente FHC, o
caso do Juiz Lalau, dentre tantas e tantas barbaridades que aconteceram e
acontecem infelizmente neste País.
Por isso, neste momento em que estamos
atravessando mais essa triste desgraça de corrupção, é preciso que, aqui nesta
Casa, se marque clara e cristalinamente a nossa posição. Sempre digo que o
papel de um Parlamentar é o papel da fiscalização, Ver. Nilo, por isso muitas
vezes levantamos questões sem acusar, porque é muito ruim também ver como alguns órgãos da imprensa estão fazendo hoje: o nome foi citado, o
nome estava anotado, já de antemão a revista Veja condena. Nós não somos a
revista Veja, nós não chegamos e dissemos que há corrupção aqui ou acolá, sem
ter provas. Foi assim que a revista Cruzeiro derrubou Getúlio Vargas, a própria
Revista se usava de esquemas de corrupção, o seu dono, para manter o seu grande
projeto e dominar a imprensa na década de 40, de 50, e de 60, no Brasil.
Portanto, nós não
acusamos; nós vamos atrás das provas, nós, quando verificamos que os elementos
são claros e cristalinos, denunciamos a corrupção.
Por isso, Verª Neuza,
concluo dizendo que o Juiz Falcone, na sua luta contra a máfia, não morreu em
vão, porque, assim como a Itália precisou de uma Operação Mãos Limpas, o Brasil
precisa de uma operação mãos limpas, doa a quem doer. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli
Sell.
Solicitamos ao
pessoal da Casa e aos visitantes que se encontram nas galerias que nos dêem
condições de trabalho, porque realmente o Ver. Adeli Sell não conseguia falar.
Estamos agora
apregoando o Ofício da Verª Maristela Maffei, no qual ela comunica à
presidência da Casa que, na data de 19 de maio do corrente ano, ingressou nas
fileiras do Partido Comunista do Brasil, razão pela qual ela retoma os
trabalhos da Bancada do PCdoB nesta Casa, e passa, a partir deste momento, a
ter direito à Liderança.
A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Sra Presidenta, Verª Neuza Canabarro;
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, cumprimento aqui a direção do
PCdoB, por intermédio da figura do Deputado Estadual Raul Carrion; a nossa
sempre Deputada Jussara Cony; a Presidência Municipal; o Adalberto Frasson,
Presidente Estadual; toda a militância da área sindical, estudantil, movimentos
sociais; a Assessoria da Deputada Manuela d’Ávila e todos que aqui se
encontram.
Quero dizer que essa
decisão foi uma decisão precisa, lógica, mas também com muita emoção. A vida,
nas decisões, tem que ter uma lógica, e a lógica deste momento, Sra
Presidenta, é compreender o momento político que nós estamos vivendo. Estamos
vivendo, na Presidência da República, um Governo Federal voltado para a
construção de uma sociedade democrática e a construção de uma autonomia de um
País que tem a vontade política de uma articulação com a América Latina
soberana e livre.
Nosso mandato teve e tem origem nos movimentos
sociais. Em muitos momentos, após a caminhada, desde o primeiro mandato, nós
nos sentimos fragilizados - na falta, muita vezes, de identidade onde nós
estávamos - quando balançava a relação com os movimentos sociais. Essa é uma
realidade, infelizmente, de muitos lugares.
Durante vinte e cinco anos eu fiquei dentro de
um grande Partido, o Partido dos Trabalhadores, que aqui hoje tem a Liderança
do Ver. Adeli Sell. Já externei, anteriormente, como fundadora desse Partido, o
porquê saí do Partido dos Trabalhadores. Hoje saio do Partido Socialista
Brasileiro, e quero aqui ressaltar a figura do Deputado Beto Albuquerque, que é
um ser humano maravilhoso e possui uma grandeza política. Mas, infelizmente, em
Porto Alegre, o Partido Socialista Brasileiro não conseguiu - e nem nós mesmos
conseguimos, pela pouca estrutura que temos de mandato - constituir o mandato e
também o Partido. E isso me tranqüiliza pela saída que nós tivemos, pela forma
com que nós construímos, pela lisura com que nós saímos, pela conversa que
tivemos com o Beto - foi com ele que conversei quando entrei e, da mesma forma,
quando saí.
A cobrança das bases dos movimentos sociais, por não ter essa relação afinca como deveria ter, foi decisiva para o nosso ingresso no PCdoB. O PCdoB se constituiu em uma alternativa de esquerda, pela solidez dos seus 85 anos, da sua garra e da sua organização, e com a identidade nos movimentos sociais, nos fez um convite. Refletimos, juntos com os movimentos sociais que temos ligações, saímos para ser agraciados e recebidos com carinho e com a recepção necessária na reestruturação do mandato, bem como da continuidade da luta dos movimentos sociais.
Estou tranqüila, Sra Presidente, e
estamos tranqüilas, porque não saímos do mesmo lado; estamos na mesma
trincheira, trincheira de esquerda, trincheira na luta da soberania, trincheira
na construção de uma sociedade livre, soberana, que é isso o que nós queremos.
E é assim que eu estou me sentindo: com a cabeça erguida, com o coração alegre,
dizendo, com humildade, que nada é fácil, mas são os grandes desafios que nos
colocam como empreitada de quem é uma semente na construção do socialismo.
Então, eu quero dar um grande abraço nos
camaradas do Partido Comunista Brasileiro, estou aqui como uma socialista
aguerrida, entrando nessa trincheira, seguindo do mesmo lado e construindo,
cada vez mais forte, aquilo que nós acreditamos ser a inspiração da construção
de uma nova sociedade que é o socialismo. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Registramos a
presença do sempre Vereador, Pedro Américo Leal, do Deputado Raul Carrion e da
ex-Deputada Jussara Cony, e os convidamos a tomarem assento à Mesa.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Sra Presidente Neuza Canabarro, na pessoa de V. Exa quero
cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos
assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores, em especial a minha
saudação ao Ver. Pedro Américo Leal e à ex-Deputada Jussara Cony, Deputado Raul
Carrion, presentes hoje na Sessão desta tarde. Venho a esta tribuna, hoje, Sra
Presidente, em período de Comunicações, para fazer uma reflexão a partir de
dois temas que considero importantes e relevantes. O primeiro deles diz
respeito a Guarda Municipal, hoje na contracapa do jornal Zero Hora, que nos dá
conta de que já está fazendo um policiamento ostensivo, e próximo está o porte
de arma dos nossos Guardas Municipais, e foi destacada a presença da Guarda,
durante o final de semana, no domingo, fazendo a segurança da comunidade
porto-alegrense no Brique da Redenção.
Esta
Casa aprovou o Projeto que autorizou e possibilitou que os obstáculos fossem
vencidos para que a Guarda pudesse andar armada, e acredito que, com isso,
caminhamos no sentido de oferecer mais segurança à Cidade. Todas as ferramentas
e todos os mecanismos que nós pudermos, através da Lei, oferecer para reforçar
segurança pública e políticas de segurança na nossa Cidade são fundamentais
para que possamos manter um equilíbrio mínimo e uma segurança mínima da nossa
população.
Tenho certeza de que a Guarda Municipal armada
trará, sim, conforto e mais segurança, principalmente para a nossa comunidade
mais carente, em volta das escolas municipais, no entorno dos prédios públicos,
desenvolvendo uma função importante. Infelizmente, a bandidagem só respeita,
praticamente, a Brigada Militar. A Guarda Municipal andando desarmada para
fazer o policiamento e fazer a segurança necessária nos prédios públicos é
praticamente ineficaz.
O Sr. Ervino
Besson:
V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estimado
companheiro, acho que o seu pronunciamento é de extrema importância, e a Câmara
Municipal, com os 36 Vereadores, deu uma grande colaboração para que a nossa
Guarda Municipal andasse armada, dentro da Lei, e tenho certeza de que quem
ganhou com isso foi a população de Porto Alegre.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Agradeço a V. Exa pelo aparte.
Gostaria de dizer que tive uma experiência, no
ano passado, quando fiquei à frente da Secretaria dos Esportes, durante seis
meses, quando, por ventura, tínhamos uma invasão em algum prédio público que
estava a cargo da Secretaria de Esportes; a Guarda Municipal chegava ao local e
não podia entrar, ficava aguardando a chegada da Brigada Militar para não ser
surpreendida por algum delinqüente armado. Então, esse é um importante avanço
que trouxemos para a sociedade porto-alegrense.
Aproveito, também, para fazer menção à exigência do Contran, que passa a valer a partir de hoje, sobre as placas que devem sinalizar os radares. Gostaria de fazer uma análise - talvez não tenha tempo para concluir - de que existem duas situações: a primeira, eu concordo que o radar esteja identificado e que placas possam avisar aos motoristas que naquele trecho está sendo feita uma fiscalização por radar móvel, pois, nas zonas urbanas, o radar móvel serve para atuar numa área específica onde o número de acidentes é elevado. Nós sabemos que muitas pessoas foram mutiladas ou perderam as vidas, e, no Brasil, a estimativa, para este ano, é de que 40 a 45 mil pessoas possam morrer em acidentes de trânsito. E nós sabemos que no Iraque 33 mil pessoas morrem na guerra, Verª Neuza. Portanto, o trânsito realmente é uma questão importante a ser tratada. Quando se aplicam radares em situações, em pontos específicos das vias públicas onde há acidentes, acho que aí, sim, a placa funciona porque ela avisa o motorista e ele reduz a velocidade, diminuindo, por conseqüência, os acidentes naqueles pontos.
Como nós já falamos em rodovias e em vias de
alta velocidade, eu acredito que, talvez, a utilização das placas não tenha o
mesmo efeito, porque aquele motorista que reduz somente nos trechos onde está o
pardal, na realidade, ele pode retomar a velocidade alta quando ultrapassar
aquele obstáculo, que é a fiscalização por radar móvel. Então, eu acredito que
nas estradas, nas rodovias, devemos avaliar essa situação, Verª Neuza, porque
aquela incógnita do local onde está o radar móvel faz com que os motoristas
obrigatoriamente reduzam a sua velocidade ao longo de todo o trecho. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª
Maristela Meneghetti.
O SR. DR. GOULART: Sra
Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; meu querido mestre Professor,
Deputado, Vereador, Pedro Américo Leal; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, normalmente tenho subido a esta tribuna para fazer a delação
daquelas coisas que poderiam ir bem e que não vão bem na Saúde, por exemplo.
Mas hoje eu venho para fazer um elogio.
Estive, recentemente, em visita ao Hospital Vila
Nova, fui visitar a minha querida amiga Sula que trabalha para o Ver. Elói
Guimarães; fomos ver um amigo em comum que lá estava. E eu fiquei apaixonado de
ver o trabalho que aqueles guerreiros da Saúde fazem no Hospital
Vila Nova.
Ao Hospital Vila
Nova, além de atender à clínica, cirurgia geral, que os outros atendem, coube
três missões que são de invejar qualquer ONG, qualquer pólo de compaixão,
qualquer ação de humanismo: as enfermarias de Aids para os doentes que não
estão mais respondendo ao esquema tríplice que os mantém vivos e sadios e,
agora, não funciona mais; portanto, são homens e mulheres com infecções
generalizadas, com tísica, com um sofrimento atroz, e lá estão os funcionários
atendendo estas pessoas. Segundo, são eles que substituíram o manicômio
judiciário, praticamente; são eles, no Hospital Vila Nova, que atendem à
Susepe, que atendem homens perigosos, marginais que estão doentes - se nós,
médicos, ficamos doentes, se a população fica doente, os marginais também ficam
doentes. Portanto, duas ações: os doentes de Aids; a Susepe, com seus presos
perigosos trancados a sete chaves, com ferros, sofrendo doenças, e cuidados
pela gente do Hospital Vila Nova.
O Sr. Ervino Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro
Ver. Dr. Goulart, grande médico, grande conhecedor dessa área, quero
parabenizar Vossa Excelência pelo seu pronunciamento. Eu moro próximo ao
Hospital Vila Nova e sei a luta da direção, a luta dos médicos, a luta dos funcionários,
e estamos também incluídos juntos para a liberação dos recursos que são de
direito do hospital; são uns heróis que conseguem ainda levar aquele hospital
adiante com tanta e tanta dificuldade, Vereador. Temos que estar juntos, vamos
ajudar o Hospital Vila Nova pelo grande trabalho que presta, principalmente,
para a Zona Sul de Porto Alegre. Sou grato a Vossa Excelência.
O Sr. Guilherme
Barbosa: V. Exa permite um aparte?
O SR. DR. GOULART: Muito me honra com seu aparte, Vereador.
O
Sr. Guilherme Barbosa: Obrigado
e serei rápido, Ver. Dr. Goulart. Também sou da região e conheço aquele
trabalho, e o Hospital Vila Nova é um exemplo de garra, ele sobrevive por causa
da garra da direção e dos funcionários do hospital. Então, me somo à homenagem
de Vossa Excelência.
O
SR. DR. GOULART: Muito
obrigado, Ver. Guilherme Barbosa. Então, meus queridos, que bom que os
Vereadores pensam neste momento, como eu, em poder homenagear sem estar de aniversário,
sem nenhuma efeméride importante, mas saudar o Hospital Vila Nova, reduto
maravilhoso do SUS, num dia qualquer, num dia qualquer do mês, da semana, como
é o dia de hoje.
A terceira, é que lá estão as enfermarias daquelas
pessoas que passaram pela UTI, que tiveram o seu cérebro danificado, e que não
vão mais, provavelmente, viver. Aquelas pessoas que servem, de vez em quando,
para grandes discussões éticas sobre “desliga aparelho, não desliga aparelho”,
lá estão aquelas pessoas, quase vegetais, quase vegetais, numa situação em que
um ou outro vai sair dessa situação, mas a grande maioria há de morrer nessa
situação. E que carinho os funcionários têm com aquelas pessoas que não tem
mais a razão, porque a perderam, por uma doença, por um derrame, por um tumor,
enfim, pela perda da consciência. Lá estão essas pessoas velhinhas com
Alzheimer e que não tem mais solução, que têm doenças mentais e que não têm
mais solução neurológica.
Então,
meus queridos, cada vez que aqui chegar um pleito do Hospital Vila Nova nós
temos que nos dar as mãos, nos unir todos para ajudar a não fechar o Vila Nova;
não estão dizendo que vão fechar, mas eu tenho medo de que possam fechar.
Então, Sra Presidenta, para terminar, aqui vai
o abraço desta Câmara dos Vereadores, porque enquanto nós estamos lutando,
teoricamente e praticamente pela saúde, a luta deles é prática e é invejável, é
incrível, e eu parabenizo o Dr. Garth, da nossa central de cuidado de gente,
que é o Hospital Vila Nova.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde a todos, inicialmente quero cumprimentar a nossa Presidenta
Neuza Canabarro, nosso querido e sempre Vereador Pedro Américo Leal, todos os
Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras, nossos telespectadores,
gostaria de iniciar manifestando a minha indignação, assim como a de milhares
de brasileiros, quanto a mais uma operação de desvio de dinheiro público. A
“operação Navalha”, flagrada pela Polícia Federal, vem mais uma vez confirmar
que a corrupção no Brasil precisa ser encarada. É importante verificar uma
forma efetiva e uma forma eficiente de controle nos processos licitatórios. Em
menos de dois anos, tivemos três movimentos fortes de corrupção, o primeiro o
"mensalão", o segundo a "máfia das sanguessugas" e, agora,
a “operação navalha”. É importante recordar que a própria Constituição Federal
assegura que somos todos iguais perante a Lei. É preciso romper com o paradigma
do corporativismo, pois independente de formação e de cargos, quando existirem
indícios que comprovem o envolvimento, as pessoas devem ser afastadas de seus
cargos, e responsabilizadas judicialmente, independente de serem políticos,
independente de serem juízes ou de serem assessores. Não poderia, aqui, deixar
de colocar nesta Plenária esta indignação que não é só minha, mas de milhares
de brasileiros, que, ao assistirem ou ao abrirem as páginas dos jornais,
presenciam que o momento de corrupção no Brasil vai e volta, e as medidas não
são tomadas como deveriam.
Aproveito ainda a
oportunidade para trazer a esta tribuna considerações de fundamental
importância acerca do Projeto de Lei de minha autoria, que tramita nesta Casa,
que trata, nada mais e nada menos, de resgatar a qualidade de segurado junto à
Previdência Social, de todos os trabalhadores informais. Tal necessidade é
pontada diante de trabalhos realizados junto às comunidades e nos atendimentos
previdenciários, em que pude constatar a ausência de recolhimento mensal ao
INSS, o que acaba prejudicando um significativo número de trabalhadores existentes
no Brasil.
Conforme pesquisa do
IBGE, podemos verificar que a Região Sul do Brasil aponta, hoje, 1.343.875
trabalhadores informais. E, no Brasil todo, temos um total de 8.589.589
trabalhadores informais. Diante desse número tão significativo e, ao mesmo
tempo, tão preocupante, entendo que precisamos estabelecer uma nova cultura
previdenciária, que valorize, sim, a retomada de segurado a esses trabalhadores
que, quando necessitarem utilizar os benefícios ofertados pela Previdência,
possam fazê-lo com tranqüilidade e com segurança, sem contar, é claro, que qualquer
trabalhador, ao adoecer, pode acionar o auxílio-doença, quando for
diagnosticado tal impedimento para o trabalho. Não podemos esquecer que a
retomada de qualidade de segurado é, sim, uma política de prevenção, pois o
trabalhador está assegurando a oportunidade futura de acionar a sua
aposentadoria. Não podemos, como Parlamentares, ficar na inércia, verificando
que são milhões de trabalhadores sem a qualidade de segurado, e que,
conseqüentemente, irão acionar, no futuro, o benefício de prestação continuada,
que é devido diante da regulamentação da Lei Orgânica da Assistência Social,
para as pessoas que se enquadram nos critérios exigidos pela Lei, mesmo sem
nunca terem contribuído.
Considero importante trazer a esta Plenária que
o ano de 2007 aponta, pelo próprio Ministério da Previdência, nada menos que
2,63 milhões de benefícios de amparo assistencial ao idoso e às pessoas
portadoras de deficiência. Logo, se podemos intervir contribuindo, sim, dentro
da perspectiva de inclusão social, temos que nos agregar numa perspectiva
descentralizadora, pois somos conhecedores das conseqüências que o vínculo
previdenciário traz aos trabalhadores informais. Enquanto ficarmos acomodados
nas justificativas da inércia, do que é de direito do Município, do Estado e da
União, não evoluiremos para, de fato, incluirmos esses trabalhadores de forma
efetiva e legal na Previdência Social, pois não podemos ocultar que é, sim, o
Município que está na proximidade com o cidadão.
Não basta apenas dizerem que a proposta que
apresento tem boa-fé. É necessário ter intencionalidade para mudanças. O
Projeto que apresento nesta Casa é, sim, constitucional, pois a Legislação
Federal prevê a obrigatoriedade desta contribuição para o INSS, trata-se da Lei
Federal n° 8.212, de 27 de julho de 1991, mais precisamente alínea b do
inciso IV do art. 12. Aliás, a Constituição Federal, a qual todas as leis devem
se reportar, em seu inciso XXXIV, do art. 7°, reza pela igualdade de direitos
entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Quanto a se sindicalizar ou não, é oportuno
esclarecer que a Constituição Federal prevê que ninguém será obrigado a
filiar-se, ou manter-se filiado ao sindicato. Esta previsão contida na Lei
Municipal de 1968 ficou prejudicada com o advento da própria Constituição
Federal. Por tudo o que referencio aqui nesta tribuna, espero, sim, a
sensibilidade de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, para que, de uma
forma coletiva, possamos estender os benefícios que a Constituição Federal
garante a todos os brasileiros, sejam eles formais ou informais. Muito
obrigado.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrado o
período de Comunicações.
Passamos ao
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sra
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna
para começar uma discussão sobre uma notícia, do final de semana, que envolve o
Governo Federal. Acho que todos os senhores e as senhoras tomaram ciência de
que o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome propôs um prêmio de
204 reais para os alunos de 5ª a 8ª série da rede pública que passarem de ano.
Quando vi a manchete, confesso que fiquei
perplexo. Não acreditei, e custo a acreditar, não só como Vereador, mas
principalmente como professor. Vejo que aquilo que um determinado Partido
pregou está cada vez mais se destoando. E venho aqui fazer uma provocação e
oferecer o diálogo, porque eu acho que isso está na contramão da história. Ou
seja, quando se pensa em estimular os alunos, será que é esse o estímulo? Por
que não criar políticas públicas profundas do que é Educação, como por exemplo,
da valorização dos professores? E a pressão que um professor vai sofrer, no
caso de reprovar um aluno? Ora, senhores, não podemos tratar o ensino de forma
mercantilista. Nós sabemos que talvez não seja essa a concepção, mas o pano de
fundo, quando é enfocado o valor de 204 reais para quem não rodar, dá essa
visão e nos permite fazer esse contraponto, é isso o que
queremos. A própria Secretária Rosane Cunha acredita que o benefício anual seja
mais efetivo - então, está-se discutindo se o benefício vai ser mensal, anual
ou bimestral. No sábado - o Ver. Ismael já citou -, participamos de uma
caminhada do Proerd, um programa da Brigada de combate as drogas e a violência,
pelo 20º Batalhão, da qual participaram as escolas São Francisco, Bento Gonçalves,
Itamarati, Costa e Silva; com mais de 400 jovens, de 10 a 12 anos, e que, no
final, entregaram armas. Quer dizer, há todo um processo educacional contra a
violência, e não um estímulo à competição! Temos que estimular o saber, é nisso
que temos que trabalhar, quando se falou durante toda uma vida - e eu acredito
nisso - na teoria de Paulo Freire - e o Paulo Freire deve estar se revirando no
caixão ao pensar se foi isso ou se estão lendo errado o que ele ensinou. Mas a
Secretária ainda disse que esta proposta do prêmio - e vou grifar a palavra
prêmio - baseou-se na análise de 15.240 famílias distribuídas em 269 Municípios
do País. A pesquisa comparou os gastos de grupos cadastrados com
famílias-clones, com o mesmo perfil econômico ainda não incluído no Programa.
Meus amigos e minhas
amigas, Vereadoras e Vereadores, na verdade, o nosso País tem um déficit anual
de 1 milhão e 200 mil empregos; nós temos que criar políticas públicas de
desenvolvimento para oferecer mais empregos para a população. A população não
quer saber de esmola, a população não quer saber de comida; ela quer saber de
emprego, de ter o livre-arbítrio de dizer o que ela quer comer, o que ela quer
de educação. A pesquisa coloca, também, que a evasão foi menor. É que a
Bolsa-Família está vinculado à permanência do aluno na escola. Ora, dizer que a
evasão teria sido maior, então o controle do mecanismo do Bolsa-Família
não estaria...
O Sr. Adeli
Sell: V.
Exa. permite um aparte?
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Com
muita satisfação, eu lhe concedo, rapidamente, Vereador.
O Sr. Adeli
Sell: Ver.
Garcia, é muito importante que a gente discuta todos esses temas. A minha
Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, vai discutir esse tema quando
fizer a sua reunião, na quarta-feira, mas eu já conversei com os meus colegas e
com várias pessoas do meu Partido, e nós temos profundas dúvidas e
discordâncias sobre esse assunto. Então, eu acho que essa idéia tem de ser
discutida, até para que os Governos ouçam o que o povo pensa. Eu acho, por
exemplo, que nós temos que discutir desenvolvimento, começando pela criança, ou
seja, a criança começar a ter livro na escola - hoje, diga-se de passagem, o
Governo está distribuindo um número bastante razoável; tem que haver
telecentro; tem que haver computador; tem que haver transporte escolar - e,
nesse caso, o Governo do Estado deixou as Prefeituras em situação calamitosa.
Portanto, esse é um bom debate, e eu acho que nós devemos continuar nessa
linha.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: E
eu acho que é importante. É este o sentido.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Garcia, chega de esmolas. Nós precisamos de pleno emprego,
cobrança tributária justa e menos vigaristas no Governo, pois, aí, o Brasil
será um País extraordinariamente feliz.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Obrigado,
Ver. Dib. Quero também colocar algumas declarações, por exemplo, do ex-Ministro
Cristovam Buarque, que diz que, apesar das boas intenções, a idéia foi
criticada por especialistas. Ele coloca que não tem dúvidas de que o objetivo
idealista do Projeto acabará distorcido. Assim como o Bolsa-Família tirou o
conteúdo educacional do Bolsa-Escola, esse Projeto vai trazer pressão aos
professores para que passem de ano alunos despreparados.
Agora, ao mesmo tempo, há um outro lado
interessante. Quando o repórter pergunta ao próprio Buarque, ele coloca (Lê.):
“Se a proposta de recompensa chegar ao Senado, o senhor vota contra”? Olhem, o
que diz o Senador (Lê.): “ Claro que não. Como posso ser contra a dar dinheiro a
crianças pobres que estão estudando. Mas não vou enganar: o Projeto não tem
conteúdo educacional importante”. Então, aqui, também há uma dúvida do político
entre fazer o proselitismo e a sua concepção. E, aí, eu prefiro ter as minhas
concepções e deixar a questão contrária, porque, hoje, será para o aluno que
passar de ano, e amanhã será outra coisa. Na realidade, eu volto a dizer – e o
Ver. Adeli Sell foi muito feliz quando colocou a palavra desenvolvimento: temos
de criar políticas públicas de geração de emprego e renda! Temos de ter mais
escolas técnicas no nosso País, que possam assegurar isso.
Então, eu quero, de forma fraterna, debater este
assunto, que é um assunto que me interessa, que me fez, durante toda a minha
vida, lutar pela questão da criança, do adolescente, a questão da construção de
cidadania. Eu acho que não é por aí, querer contemplar aquele aluno com 204
reais. E nas próprias matérias vinculadas há pais que dizem que passar de ano é
uma obrigação dos seus filhos.
Então, eu deixo este tema para reflexão; sei que
ele vai voltar inúmeras e inúmeras vezes, mas acho que nós temos de fazer a
discussão desde agora. A discussão vai ter de começar no Município, no Estado,
para que os nossos Parlamentares, lá, não sejam enganados e não tenham o medo
de, muitas vezes, pensarem assim: “Ah, mas aqui estão dando dinheiro, como é
que eu vou votar contra?” Não, não! Temos de ter conceitos, concepção. E não
posso aceitar, de forma nenhuma, este Projeto, que demonstra essa concepção,
mas pode haver outras nuanças que venham a dizer que estou errado e sobre as
quais voltarei aqui para comentar. Mas, para mim, é uma proposta essencialmente
mercantilista, que leva a uma falsa demagogia, porque, talvez, aumente a
questão do voto, não sei. Mas eu acho que não se trabalha assim, nós temos de
trabalhar Educação sob um outro viés, na questão da formação, principalmente,
de valores conceituais, porque o que nós precisamos, cada vez mais, é de
dignidade e moral no nosso País. Muito obrigado, Sra Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver.
Professor Garcia.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. DR. RAUL: Exma
Sra Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Vereadoras, Vereadores,
aqueles que nos assistem, hoje, falo em Grande Expediente, em primeiro lugar,
agradecendo a cedência do tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo, e também
dizendo que o parcelamento do ITBI continua em vigor.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Dr. Raul, pelo
aparte. Nós já estamos com a cartilha do ITBI pronta. (Mostra a cartilha.) É
uma cartilha de fácil manejo, para orientar como parcelar o ITBI. Então, as
pessoas podem entrar em contato com o nosso Gabinete, que nós a fornecemos.
Parece que também lá na Fazenda há algo parecido para instruir aquelas pessoas
que precisam fazer o parcelamento do ITBI, para complementarem a escrituração
posteriormente. Obrigado, Vereador.
O SR. DR. RAUL: Agradeço o
aparte. Em seguida, gostaria de falar sobre um assunto que muito me diz
respeito, e que é uma homenagem. Uma homenagem que eu faço aos 15 anos do
Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, Entidade da qual eu tive a honra
de participar ativamente por vários anos, quando da sua construção, e da qual
ainda hoje participo. Então, não posso deixar de lembrar de cada pessoa que
participava daquelas reuniões que fizemos em tantos lugares na Cidade. E dizer
que esses 15 anos, na realidade, são 15 anos de luta social, de construção
efetiva da Saúde Pública de Porto Alegre. Lembro, por exemplo, das nossas
reuniões, enquanto CLIS ainda, no salão paroquial do Conselho Local, na Igreja
Nossa Senhora dos Navegantes, quando estava na CLIS 1 que, na época, eram os
bairros Humaitá, Navegantes e Vila Farrapos. E quantas e quantas pessoas, sem
nenhum critério que não fosse o da colaboração com a comunidade, não deixavam
seus afazeres e iam dar sua contribuição para a construção de uma Saúde Pública
melhor em Porto Alegre? A partir dali desenvolvemos ações como o início do SAMU
na nossa Cidade, com três ambulâncias dos Anjos da Guarda; hoje temos o SAMU,
que é uma realidade, não só na nossa Cidade, mas em todo o País. Tivemos um
número infindável de iniciativas, de discussões, de colocações e esse Conselho
vem crescendo e se posicionando, vem orientando, vem fiscalizando e vem
levantando a sua voz sempre que necessário, procurando, realmente, construir
uma sociedade melhor, uma Saúde melhor para todos nós. Então, eu digo que essa
data de 15 anos é muito marcante. Nós, como seres humanos, aos 15 anos, muitas
vezes, temos uma mudança nessa idade; é uma época de crescimento. Tenho a idéia
de que esse Conselho, o nosso Conselho Municipal de Saúde, também está fazendo
as suas reflexões no sentido de melhorar cada vez mais a nossa Saúde de Porto
Alegre. Minha saudação àquelas pessoas que estão militando, batalhando pela
saúde, aos profissionais da Saúde, que se doam, trabalhando além dos seus
horários, além dos seus postos de saúde, do seu trabalho, que estão lá no
Conselho, batalhando por uma sociedade melhor, aos próprios gestores, na
construção desse processo como um todo.
Eu participei do Conselho na época em que ele
era gerido pelo Secretário Municipal de Saúde. Isso é uma coisa com a qual eu
sempre me debatia na época, e consegui, de alguma maneira... Hoje, me sinto
vitorioso nesse quesito, porque eu dizia, naquela época, ao Secretário Henrique
Fontana, que não se poderia, ao mesmo tempo, coordenar o Conselho e ser o
executor dos trabalhos, vamos dizer assim. Isso hoje se constituiu, já tivemos
agora vários Coordenadores de Conselho que não são os gestores: tivemos o Dr.
Humberto, tivemos o Nei; agora, a Zilda, enfim, e acredito que esse processo
vem num avançar constante, discutindo as questões realmente importantes para a
cidade de Porto Alegre.
Em relação ao Conselho, só me resta desejar
muito sucesso e que o Conselho, cada vez mais, participe da construção social
na área da Saúde. Eu desejo uma vida muito grande, muito intensa e muito
produtiva ao nosso Conselho Municipal de Saúde. Esta é uma homenagem pessoal
que eu não pude deixar de fazer, em função até de ter participado do evento que
houve, na sexta-feira, aqui na Casa, com a participação de vários Conselheiros,
que foram homenageados. Na ocasião, foi citado o nome de uma Conselheira que,
na época, muito participou comigo, acho que alguns de vocês a conheceram, a
Hugheti, lá da Cavalhada. Hoje é uma pessoa que não está mais conosco, mas ela
foi uma grande lutadora, principalmente na área da Saúde Pública, em sua parte
psíquica. Quero deixar, também, um grande abraço aos familiares da Dalgheti,
como símbolo de todas essas pessoas que começaram a militar, estão militando,
e, com certeza, não deixarão de dar a sua contribuição ao nosso Conselho
Municipal de Saúde.
Uma outra colocação que eu gostaria de fazer é
no sentido de que eu fui procurado sobre a questão dos funcionários da Faurgs,
que fazem o seu trabalho junto aos postos de saúde da nossa Capital. Tivemos,
como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, uma iniciativa junto ao
Secretário Municipal, que nos garantiu que está assegurado o emprego dos
funcionários e que está sendo elaborado um novo contrato, com a manutenção de
todos os funcionários. Para que vocês tenham uma idéia, isso significa em torno
de 900 funcionários que fazem com que os nossos Programas de Saúde de Família
funcionem na sua integralidade. Isso significa mais de 250 mil pessoas
atendidas hoje no Município de Porto Alegre. Claro que temos muito que avançar
dentro da Saúde pública, dentro da Saúde preventiva, do próprio Programa de
Saúde da Família, e acredito que vamos avançar, posteriormente, para que essas
pessoas realmente sejam concursadas e tenham uma garantia maior nos seus
empregos, que é o que todos nós queremos.
Gostaria também de me solidarizar com o Hospital
Vila Nova. Várias vezes lá estivemos, tentando, como Comissão, também dar uma
contribuição em relação ao atraso do pagamento dos seus funcionários, à falta
de repasses. Foi dito que repasses estaduais não vinham sendo feitos, mas
recentemente foi feito um repasse importante na ordem de mais de 100 mil reais
em função do convênio com a Susepe. Quero dizer que é uma luta constante, essa
luta do Hospital Vila Nova, e que nós estamos junto com ela.
Também em relação à questão da Dengue: tivemos
uma reunião na terça-feira passada, com a presença das pessoas responsáveis,
tanto do Estado, quanto do Município, e quero dizer o seguinte: vamos alertar,
vamos continuar alertando sobre a necessidade de a população fazer com que o
mosquito não se desenvolva, fazer com que os criatórios dos mosquitos
desapareçam. E eu acho que, agora, com a contratação de novos agentes, com
certeza, isso vai diminuir, mas se avizinha uma possibilidade de epidemia para
os meses quentes. Então, nós temos que ter muito cuidado com essa questão,
porque isso não é brincadeira, é uma questão seriíssima dentro da nossa
comunidade.
E ainda gostaria de dizer, para finalizar, que
fiquei muito feliz em ter participado, hoje, da entrega da Comenda, pelo
Sindicato Médico, à Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, à Diza Gonzaga, em
função do trabalho que vem sendo desenvolvido há muitos anos e, com certeza, a
comunidade, principalmente os pais e a comunidade estudantil, tem visto
resultado em função dessa luta contra a violência e contra o álcool. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Está encerrado
o Grande Expediente.
Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0495/05 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria da Verª Sofia Cavedon, que estabelece, nos convênios firmados
entre o Município de Porto Alegre e as instituições de atendimento em educação
infantil, como critério de desempate nos processos seletivos para matrícula de
crianças nas creches, a preferência para os filhos de jovens mães estudantes e
carentes com até 18 anos de idade, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
027/05.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5827/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o art. 2º da
Lei nº 9.001, de 18 de novembro de 2002, que dispõe sobre a oficialização do
Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio no Município de Porto Alegre e dá
outras providências, ampliando o seu horário de funcionamento e incluindo-lhe o
trecho compreendido entre o Largo Dr. José Faibes Lubianca e a Rua Santa
Terezinha.
PROC. Nº 1190/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia
Solidária – Feira do Partenon -, determina substituição anual de seus
expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes,
institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 1784/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/07, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui a Semana
Municipal do Hip-Hop, a ser realizada anualmente, na segunda semana do mês de
maio, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de
Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. Nº 2045/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que institui o Dia
Municipal da Ciência e Tecnologia, a ser realizado anualmente, no dia 8 de
julho, concomitantemente às atividades do Dia Nacional da Ciência, e dá outras
providências.
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta
temos o Substitutivo da Verª Sofia Cavedon, que estabelece, nos convênios
firmados entre o Município de Porto Alegre e as instituições
de atendimento em educação infantil, como critério de desempate nos processos
seletivos para matrícula de crianças nas creches, a preferência para os filhos
de jovens mães estudantes e carentes com até 18 anos de idade.
Este Substitutivo, a
Verª Sofia Cavedon, professora, culta, inteligente, apresenta ao Projeto da
hoje Deputada Federal Manuela, e o art. 91 diz que substitutivo é o projeto
apresentado por Vereador ou Comissão para substituir outro já existente sobre o
mesmo assunto. Olha, eu acho que este não substitui; é um novo Projeto,
completamente diferente. No Projeto da Deputada Manuela consta que nos
contratos firmados entre o Município de Porto Alegre e a entidade prestadora de
serviços deverão constar a exigência de reserva de vagas às jovens mães no
percentual de 30%.
Então, realmente tem
que ter... No Substitutivo da Verª Sofia Cavedon, ela pretende um sorteio entre
as mães de menos de 18 anos e as demais mães que também estão inscritas nas
creches.
Ora, se o grande
problema que se enfrenta hoje é o da maternidade na adolescência, eu acho que
os dois Projetos não são iguais, ainda que as intenções sejam semelhantes, e eu
não entendo que seja um Substitutivo e sim um outro Projeto.
Em 2ª Sessão, o Ver.
Oliboni deseja oficializar o Brique da Redenção, no sábado, na Av. José
Bonifácio, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências, ampliando o
seu horário de funcionamento, incluindo o trecho compreendido entre o Largo Dr.
José Fábio Lubianca e a Rua Santa Terezinha. Eu não tenho nenhuma restrição ao
Projeto, mas eu gostaria que aquelas pessoas que hoje estão lá com as suas
bancas viessem dar a sua opinião a esta Casa, porque sei que há muitas
reclamações. Eu, pessoalmente, não faço compras lá, mas tenho pessoas da minha
família que fazem compras lá e sentem as reclamações daqueles que ali estão.
Portanto, para que nós não criemos um novo problema, como é o Brique da
Redenção - onde sempre teve problemas, agora parece que, tranqüilamente, está
tudo funcionando bem - para que não haja problema, vamos iniciar bem, conversando com os
interessados.
Quanto
ao segundo Projeto que o Ver. Aldacir Oliboni apresenta, nada contra a idéia, é
uma Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia Solidária - Feira do
Partenon. Ele determina uma substituição anual dos seus expositores na ordem de
15%. Ora, se eu levo um ano para fazer com que as pessoas conheçam o meu
trabalho, acreditem na minha capacidade, aí daqui a pouco se completam 12
meses, 15% dos expositores são retirados, e eu sou um dos 15% que vou ter que buscar
um outro lugar, uma outra oportunidade. Então, quem estiver ali que se mantenha
enquanto atender às regras que forem estipuladas para o funcionamento do Brique
que ele deseja, da Feira do Artesanato que ele deseja. E, possivelmente, em
outras áreas da Cidade outras feiras de artesanato sejam feitas sem nenhum
desrespeito à coletividade, mas, ao contrário, dando oportunidade aos artesãos
para que eles se organizem, que eles tenham recursos. Eu disse há poucos
minutos que tudo o que nós precisamos no Brasil é emprego, é trabalho; quando
todos trabalharem, terminará a miséria, e, quando a política tributária for
mais decente, mais digna, e não 40%, e tivermos menos vigaristas no Governo, o
Brasil vai ser uma maravilha, com as feiras do meu amigo Aldacir Oliboni. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Cara Verª Neuza
Canabarro, dirigindo os trabalhos nesta tarde; colegas Vereadoras e Vereadores.
Ver. Dib, o Ver. Aldacir Oliboni apresenta essas preocupações com a chamada
economia solidária, com as feiras, com o Brique, e nós temos os problemas na
Redenção aos sábados e domingos, porque o Governo Municipal não cumpre uma Lei
sancionada com o Prefeito, que eu acertei posteriormente com o Prefeito José
Fogaça e tenho o o.k. do Secretário Idenir Cecchim. Talvez o Ver. Dib
nos ajude a resolver o problema falando com o Secretário de seu Partido, o Ver.
Beto Moesch, pois é ele que está impedindo – segundo informações – que tenhamos
o Brique Marinha do Brasil. Talvez resolvido este problema, Ver. João Dib, a
gente não tenha que ficar se lastimando sobre esses Projetos que o Ver. Oliboni
acaba de protocolar. Mas como não estou tendo a devida atenção, depois eu vou
mandar por escrito para os Vereadores.
Quero também comentar o Projeto de Lei da minha
companheira de Bancada, Verª Sofia, que trata dos convênios firmados entre o
Município e as instituições de atendimento em Educação Infantil, e que ela propõe
como critérios de desempate nos processos seletivos, para matrícula de crianças
nas creches, a preferência para filhos de jovens mães estudantes e carentes até
os 18 anos de idade. Na verdade, nós deveríamos ter creche para todo o mundo.
Eu creio que a minha colega está com a mesma posição. E é o que nós vamos
continuar defendendo. Agora, no caso de desempate, de fato, eu concordo que a
gente tenha algum tipo de critério, que não seja aquele de fazer um sorteio.
Mas quanto ao critério - exatamente, neste momento em que estamos na Semana de
Combate à Exploração Sexual, em que, na sexta-feira, tivemos um Ato Público, no
Porto Seco, em repúdio à exploração sexual, em que tanto se fala e tanto se diz
sobre Planejamento Familiar, no entanto, pouco se faz - as Prefeituras não têm,
em regra geral, políticas para tal, a não ser alguma ou outra Prefeitura da
qual eu tenho conhecimento. Nós precisamos, sim, apoiar essas mães muito
jovens, adolescentes que têm problemas, porque engravidaram, muitas vezes
ficaram sós, porque o pai as abandonou, não assumiu a criança; essas meninas
precisam trabalhar, precisam buscar o seu sustento e não têm onde deixar a suas
crianças, os seus filhos. Portanto, Verª Sofia, neste sentido, concordarei com
a sua proposição, sem, no entanto, marcar permanentemente a necessidade de
universalizar o trabalho e o provimento de vagas para todas as pessoas
necessitadas de nossa Cidade, nas creches, para que as crianças não fiquem ao
léu, na rua.
Finalmente volto a debater com o meu querido Ver. Newton Braga Rosa o seu Projeto que institui o
Dia Municipal da Ciência e Tecnologia, no dia 8 de julho, concomitantemente às
atividades do Dia Nacional de Ciência. Nós precisamos disso, Ver. Newton Braga
Rosa, permanentemente, na cidade de Porto Alegre, Cidade que pode ter um centro
cada vez maior de ação na área de Tecnologia, em especial de Tecnologia da
Informação. Nós sabemos que um dos elementos fundamentais para desenvolver esta
Cidade é trabalhar esta área. Que nós tenhamos o Centro Tecnológico da UFRGS
cada vez mais desenvolvido, o TecnoPUC; que nós tenhamos centenas de
telecentros espalhados para que as crianças comecem já a trabalhar.
E, como eu disse
antes no debate sobre a tal da verba para as crianças que passam na escola,
melhor seria se provêssemos as escolas com muitos computadores, que tivéssemos
telecentros na periferia, e que cada criança tivesse no futuro um computador
para que nós pudéssemos acompanhar minimamente o que fizeram alguns outros
países, como a Índia, que apostou nessa área, e hoje grandes empresas
internacionais migram para lá, porque lá existe mão-de-obra qualificada. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli
Sell.
A Verª Margarete
Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE
MORAES: Querida Verª Maria Celeste, Presidenta; Verª Neuza,
Vice; neste momento, em discussão preliminar de Pauta, eu quero me referir a
dois Projetos. Um é o Substitutivo n° 01, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
estabelece a preferência nos convênios firmados para filhos de jovens mães
estudantes e carentes com até 18 anos de idade. Esse é um Substitutivo em
relação a um Projeto da Verª Manuela d’Ávila. Eu quero cumprimentar a Verª
Sofia, porque é mais ou menos como o Orçamento Participativo: “o cobertor é
curto” e é preciso estabelecer prioridades. As demandas e as necessidades reais
de todos sempre são maiores do que a capacidade estrutural, sempre são maiores
do que o orçamento. Então, é preciso estabelecer prioridades, é uma bela idéia
da Verª Sofia Cavedon.
O segundo Projeto, ao qual já me referi outro
dia, é do Ver. Sebastião Melo, Projeto que está em 3ª Sessão e que diz respeito
à criação da Semana Municipal do Hip-Hop, a ser realizada anualmente. Aí
eu considero que a diferença é precisamente esta: na Cultura, nas atividades
culturais e eventos o vento leva. Então é preciso uma programação regular, uma
programação ordinária, que aconteça sempre, no mínimo uma vez ao ano, que tenha
continuidade. Acho muito importante que se estabeleça para esse segmento da
Cultura uma semana de reflexão, uma semana de manifestações, de expressões. É
preciso potencializar essa expressão, esse sentimento que os jovens de
periferia têm, jovens que desejam inclusão, desejam reconhecimento do seu
talento, um talento imanente, singular, que vem da juventude da periferia. É
importante - se essa Semana acontecer - trazer para Porto Alegre personalidades
como MV Bill, um grande líder que trabalha com música, com vídeo e também com hip-hop;
trazer todas aquelas comunidades carentes que fazem do hip-hop um modo
de vida. É preciso ter respeito, é preciso colocar uma luz nesse trabalho,
assim como foi colocado nos jovens da Escola Villa-Lobos, quando se ofereceu a
eles a possibilidade de estudarem na Orquestra de Flautas - infelizmente eles
não se apresentaram aqui. Oferece-se uma alternativa de vida que diz respeito à
própria criatividade, que diz respeito à auto-estima desses jovens de periferia
que naturalmente, entre aspas, jamais teriam uma possibilidade, uma
oportunidade na sua vida.
Enfim, neste momento de discussão preliminar de
Pauta, a minha referência diz respeito a esses dois Projetos. O Projeto da Verª
Sofia, o Substitutivo, no caso, pega o máximo da exclusão, porque são os filhos
de jovens mães estudantes e carentes - quase umas crianças - com até 18 anos de
idade. Esses filhos merecem, sim, ser selecionados nos convênios para as
instituições de atendimento de Educação Infantil na nossa Cidade. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(A Verª Maria Celeste
reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, de fato os colegas têm discutido aqui sobre
Projetos importantes e interessantes que tramitam, neste momento, inicialmente
na Câmara, sem que nós ainda tenhamos que votá-los.
E começo com o
Substitutivo da companheira e amiga Sofia Cavedon, que é um Substitutivo a um
Projeto da ex-Vereadora, agora Deputada Federal, Manuela d’Ávila, que determina
que, no caso de empate das pessoas que se candidatam às vagas nas creches
comunitárias, em que a Prefeitura tem convênio, o desempate seja feito
preferencialmente para as pessoas, no caso, as mães, de 18 anos ou menos. E aí
eu me dou conta de uma situação que é dramática – um colega falou assim -, pois
nós temos que fazer uma opção pela dificuldade e pelo fato de não haver vagas
em creche para todas as crianças carentes, e precisar estabelecer um critério.
Nós
estamos tomando conhecimento agora do Projeto, a Bancada ainda não fechou
posição, mas eu sou um pouco mais simpático ao critério de renda da família, e
não ao critério da idade. Claro que há uma preocupação muito grande, hoje em
dia, com as mães adolescentes, mas acho que o critério da renda familiar,
talvez, seja, Verª Sofia, um pouco mais indicado, porque, independente da
idade, a pobreza é um dado muito duro, e o convênio da Prefeitura é exatamente
para suprir essas vagas.
A Sra
Sofia Cavedon: V. Exa permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço muito, Ver. Guilherme, e eu
estava também explicando ao Ver. Dib. O Projeto original da Verª Manuela
estabelecia 30% para filhos de jovens mães solteiras estudantes, não
necessariamente solteiras, e o Substitutivo vem exatamente preservar uma das
questões que V. Exa está chamando a atenção: nós estamos modificando
no sentido de que seja um critério de desempate. Depois de feita a seleção, que
tem que respeitar o Estatuto da Criança que estabelece a vulnerabilidade
social, a renda, que hoje são os critérios estabelecidos para a Cidade, feita
essa seleção, vamos utilizar como desempate, ainda, ser filho de estudante.
O SR. GUILHERME BARBOSA:
Muito bem, então é mais um critério, além desse
que eu estava citando, certo.
O Ver. Aldacir Oliboni toca com dois Projetos
sobre a questão das nossas feiras de artesanato, o Brique, ampliando horário,
enfim, também há uma luta de ampliar, no Partenon, e assim por diante, quer
dizer, importante. Eu confesso que, neste momento, não teria uma posição sobre
o tema, mas é importante porque trata de geração de renda.
Nós precisamos ter mais empregos, mais renda no
País, concordo com o Ver. João Antonio Dib quando ele diz isso: nós precisamos
ter mais empregos. Que bom se todos os Presidentes que passaram neste País
conseguissem criar tantos empregos como está criando o Presidente Lula, que, no
primeiro mandato de quatro anos, criou mais empregos do que nos oito anos do
Presidente anterior, o Presidente Henrique Cardoso, que só pensou em vender o
patrimônio do País. E também concordo com ele quando diz que deve haver menos –
usando uma palavra forte – larápios no Governo, também concordo, principalmente
quando os aliados vêm de alguns Partidos e colocam esses larápios, acho que nós
temos que cuidar com as alianças também.
Por último, gosto muito do Projeto do Ver.
Newton, porque não há País, reafirmo o que já foi dito aqui também, que tenha
se desenvolvido sem que tenha investido em educação e em pesquisa. Há anos, eu
fui participar de uma palestra no encontro da ABES, Associação Brasileira de
Engenharia Sanitária, e fiz um estudo sobre quem pesquisava no Brasil: 80%,
naquela ocasião - já faz alguns anos, mas não modificou muito -, da pesquisa no
Brasil eram feitas - e creio que são feitas – nas entidades estatais,
principalmente nas universidades públicas do nosso País. E, mesmo assim, desse
investimento feito, nós ficávamos atrás de uma série de países da América
Latina com a economia muito menor e mais pobre que a nossa brasileira. Portanto
é preciso haver um movimento não só de que o Governo Federal, mas dos Governos
Estaduais e Municipais incentivem a pesquisa, mas também que a própria
iniciativa privada decida fazer isso, porque é um investimento muito baixo para
a iniciativa privada. Portanto um Projeto que determina um dia para marcar essa
questão da ciência e tecnologia tem o nosso apoio. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Newton
Braga Rosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Minha cara
Presidenta, Maria Celeste; eu estou aqui para falar a respeito do nosso Projeto
que instituiu o dia Municipal da Ciência e Tecnologia. Ele existe, e a proposta
foi feita, basicamente, porque já existe um Dia Nacional da Ciência e
Tecnologia, e é importante para Porto Alegre estar inserida nesse movimento.
Existem alguns fatos recentes com relação à
Ciência e Tecnologia que eu gostaria de relatar nesse instante. É oportuno o
Projeto do Governo Federal que institui um crédito para compra de notebook
popular. Há um ano, um pouco mais, o Governo Federal fez um Projeto semelhante
para os computadores de mesa, e foi um sucesso estrondoso, porque no momento em
que o Governo disse que computadores com uma determinada configuração para
baixo estariam com algumas facilidades de impostos e facilidades creditícias,
todo o mercado, inclusive das máquinas de porte maior, foram obrigados a baixar
de preço para poder continuar concorrendo no mercado. Os efeitos foram muito
bons dentro daquele programa com a intenção de criar mais condições para
inclusão digital do nosso estudante, do nosso trabalhador, do nosso
microempresário. É desnecessário dizer a importância que representa para um
País de Terceiro Mundo o acesso à informação instantânea. O acesso, por
exemplo, à famosa Biblioteca do Congresso Norte-Americano era um privilégio de
poucos. Hoje, o Ver. Dib, de posse de um notebook, consegue, da sua
casa, ou da sua mesa de trabalho, ter a informação que, há 15 anos, me
obrigaria a fazer uma viagem até aquele País. Isso, para o nosso estudante da
escola municipal, é de relevante importância. Outro efeito decorrente dos
financiamentos promovidos pelo Governo Federal foi a redução significativa, e
aí numa área em que temos a atuação do Ver. Adeli Sell, do mercado “cinza” de
computadores.
O que é o mercado
“cinza”? É o mercado de computadores fabricados e
vendidos ilegalmente, mercado negro. Se diz cinza porque o contrabando não é de
computador em si, mas de peças.
Esse percentual, no Brasil, que era por volta de
60%, as estatísticas mostram que caiu para 37% em decorrência da maior
competitividade decorrente da baixa de impostos dos computadores fabricados
legalmente.
A surpresa diz respeito ao crédito, porque,
apesar do programa ter sido muito bem sucedido nesse aspecto que eu falei, as
pessoas não estão usando muito o crédito para comprar essas máquinas.
Temos, aqui, estatísticas que mostram que, de
cada 20 computadores desktop populares
vendidos no País, apenas um pede financiamento. Interessante, não é, Ver.
Barbosa?
Ou seja, as pessoas não têm acesso ao crédito,
ou porque já estão endividadas, ou porque o computador se tornou tão barato que
vale a pena sacrificar algo no seu orçamento doméstico, talvez, protelando a
compra de um carro novo, para comprar esse bem de indiscutível importância para
a formação do nosso jovem, dos nossos profissionais e dos nossos
microempresários.
O notebook
popular, que está sendo objeto de tratamento tributário diferenciado, antecipo,
não vou dar a configuração aqui, porque seria enfadonho, mas é um computador
muito bom. O computador que comprei há dois anos não tem essa configuração, ou
seja, esse computador popular, o notebook
popular, vale a pena do ponto de vista da capacidade do equipamento que está
sendo comprado.
Outro fato que acho relevante é registrar que o
Brasil chegou à marca de oito milhões de computadores vendidos anualmente. É
uma marca otimista. Eu estava olhando as estatísticas da Abinee de 2002,
procurando ver o que a Abinee previa para 2007, e a previsão da Abinee era um
pouquinho menor do que o número que, efetivamente, foi atingido.
Outro dado que acho importante ressaltar é o
avanço importante dos notebooks em
relação aos computadores de mesa. À semelhança do que está acontecendo nos
países mais desenvolvidos, onde o notebook
compete de igual para igual com o computador de mesa, aqui, no Brasil, o
percentual é pequeno, mas cresceu em 100%, ou seja, dobrou percentualmente a
participação dos notebooks na venda
total desses oito milhões de computadores que nós estamos nos referindo.
Enfim, fica o registro do nosso Projeto, dados
esses fatos e outros, para que Porto Alegre, efetivamente, entre na área da era
digital com o pé direito, dando continuidade aos Projetos relevantes que estão
em curso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
Mas eu fico preocupado, Sra
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando todos os dias
pela manhã leio nos jornais: “Relatório da Polícia Federal incrimina Ministro
de Minas e Energia.” Mas, pelo amor de Deus, o homem
assumiu há três ou quatro meses e já está incriminado! “Ministro e Governador
se complicam na “operação navalha”. De acordo com investigação da Polícia
Federal, Silas Rondeau recebeu R$100 mil da Gautama e Jackson Lago liberou
recursos para a obra no Maranhão após aceitar R$ 240 mil de propina.”
Pelo amor de Deus,
existem dois verbos, o verbo ser e o verbo ter. O homem que se encaminha para a
política tem que conjugar o verbo ser, ele tem que ser sério, honrado,
competente, responsável, sensível, tem que ter capacidade de resposta. E não
pode se preocupar em ter mais do que aquilo que ele tinha. O que pode
acontecer, se ele quiser exercitar na sua plenitude o verbo ser, é que ocorra
que ele saia da política com menos do que ele entrou. Mas o que nós vemos é que
alguns políticos entram com alguns tostões e, de repente, têm contas bancárias
extraordinárias. Mas, se alguém tem a honra de ser escolhido para ser
representante do povo, para ajudar, para ser útil, por que ele quer ter aquilo
que não é dele? Que satisfação ele pode transmitir para a sua família, para os
seus filhos, para os seus netos, para os seus amigos? Mas, enquanto ele for
como foi o ex-Governador Perachi Barcellos, ele há de ser a figura que todos
nós gostaríamos de ter na nossa família, porque nenhum de nós, nas nossas
famílias, gostaria de ter um desses tantos que querem ter, ter e ter mais,
mesmo que não seja deles, especialmente não sendo deles!
Eu não queria falar
na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, eu queria falar na desonestidade que
campeia neste País e no Governo Federal, em especial. É impressionante o que
acontece. A Ver.ª Sofia está braba e eu reconheço que tem o direito de ficar
braba, porque eu falei do Governo do seu Partido, não falei do seu Presidente.
Mas é a verdade, foi assim que disse o Instituto Perceu Abramo: o maior número
de corrupção está no PT. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Verª Maria
Celeste, depois que o Ver. João Dib se acalmar, eu vou começar a falar. Ver.
João Dib, respeitosamente, o senhor não pode falar o que o senhor está falando,
nem o que falou no microfone, muito menos o que está falando fora do microfone.
O senhor teve um Deputado do seu Partido cassado no rolo do “mensalão”. O
senhor não se esqueça que o Maluf pertence ao seu Partido, e está sendo
procurado pela Interpol - Paulo Maluf. Então, “devagar com o andor”. O Pedro
Correa, o senhor conhece, sabe que ele tinha um crachá porque era presidente do
Partido e entrava em tudo que era Ministério, inclusive no das Cidades. Está
nos jornais de hoje, Ver. João Dib! O senhor madruga, o senhor vê televisão, eu
sei que o senhor tem insônia e lê.
(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)
O SR. ADELI SELL: Isso é
indiscutível, Ver. Besson, existem alguns que trabalham bastante, e o Ver. João
Dib é um deles, mas não é o único.
Nós sempre reconhecemos, Ver. João Dib, que foi
Loureiro da Silva quem abriu a Av. Baltazar, teve essa grandeza, sabia que
precisava cuidar da Zona Norte e dialogar com o antigo bairro da Cidade, que
era Alvorada, hoje um grande Município da Região Metropolitana. V. Exa
colocou calçamento. Nós sempre reconhecemos, diferentemente de outros que não
reconhecem o que o senhor fez - nós reconhecemos. Como nós reconhecemos a
contribuição de Loureiro da Silva para Porto Alegre. O engenheiro duplicou e
ele disse: “Duplica de novo”, ou seja, Loureiro da Silva não apenas duplicou a
Av. Farrapos, ele quadruplicou a Av. Farrapos. Nós reconhecemos, nós sabemos
que a história que se faz hoje também está embasada naqueles que fizeram a
história do passado.
Mas se tem alguém que combate a corrupção neste
País é o meu Partido, que não teve medo de enfrentar os problemas internos. Não
teve medo! Em 1989, aqui no Rio Grande do Sul, um dirigente nosso malversou uma
miséria de grana, mas malversou dinheiro de uma entidade. Nós ficamos sabendo e
expulsamos esse sujeito do PT. Nós estamos indo atrás de todos os casos de
corrupção. Nós estamos num Governo em que a Polícia Federal é uma instituição
de Estado e não de Governo. Porque já teve Governo - eu quero lembrar o Governo
passado - no qual a Polícia Federal, muitas vezes, era teleguiada politicamente
e interesseiramente. Não é o caso hoje. Hoje, a Polícia Federal tem o status de ser a Polícia Federal, órgão
de Estado, deve ir atrás, deve prender. É claro, como eu já disse, o nome que
consta de uma lista não necessariamente é corrupto. O nome de uma pessoa que
usou um equipamento de alguém, não necessariamente significa que é corrupto,
mas tem que investigar. E nós somos um livro aberto, nós não temos problemas em
sermos investigados. Nós queremos investigação. Agora, por exemplo, no caso do
Banrisul, um caso em discussão, tem acusações do Vice-Governador, afinal de
contas é uma autoridade. Mas, em seguida, ele se desdiz. Vai para imprensa, se
desdiz, assina um documento com o timbre do Estado dizendo outra coisa, e quem
publica é uma empresa particular: esse conluio do público e privado.
Eu levantei questões, aqui, sobre várias coisas
da Prefeitura e não disse que era corrupção. Por exemplo, a queima do ônibus da
Carris é um problema grave e tem que ser investigado. Dizem que o laudo só
sairá em 75 dias, isso é um absurdo!
Na Praça da Alfândega, tem uma bela obra, Verª
Margarete Moraes, mas tem um problema, o monumento Petróleo é Nosso foi arrancado
e jogado num canto. Temos que ter cuidado, isso é patrimônio, faz parte da
história.
Da Av. Baltazar, Ver. Alceu Brasinha, recebi
reclamação de um cidadão chamado André Luiz, clamando para que esta Câmara
continue a sua batalha de exigir que o Governo do Estado faça as negociações
com o BNDES e que se retome aquela obra, porque as pessoas estão morrendo em
acidentes e pequenos comerciantes estão se liquidando. E também quero chamar
atenção: os órgãos da Prefeitura têm que funcionar. Uma senhora disse que
procurou a SMAM todo o final de semana, porque numa ferragem, na rua Anita
Garibaldi, um cão ladrou noites e noites, e ninguém dormiu na redondeza. A SMAM
nada faz. Outra pessoa me diz: “Vereadores, façam alguma coisa, porque a
fumaceira da Cel. Bordini voltou.” O Ver. Guilherme Barbosa sabe do que se
trata. Mas não foi a pessoa que nos mandou o primeiro e-mail, já é uma outra
pessoa. Ou seja, a cidadania se manifesta nesta Cidade. E aqui tem oposição
quando tem que cobrar as coisas do Governo, mas aqui tem
uma Bancada, como gostam de dizer hoje, republicana, que acha que o que vale
para um, tem que valer para outro: vale para a situação, vale para a oposição!
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Exma Presidenta da Casa, Verª Maria
Celeste; nobres colegas Vereadores, Vereadoras, meu amigo Ver. Alceu Brasinha,
já tive oportunidade de dizer aqui que a maneira como começou aquela obra da
Av. Baltazar de Oliveira Garcia foi da maior idiotice que conheci na história
da minha vida. Como foi falado aqui, fazer uma obra quilométrica, de cem em cem
metros, e terminar foi burrice ou má-intenção, porque ela foi pré-eleitoreira, como
que acontece em nosso País. Agora, por que acontece tudo isso? Essas discussões
que ouvi aqui de que o que vale para a oposição vale para a situação, a verdade
é que existe impunidade; faz-se o que se quer, faz-se cinema, dali a uns meses
está todo o mundo solto, todo o mundo comendo pizza e fazendo parte da colisão
– não é coligação, não. Cadê Waldomiro Diniz? Cadê Delúbio Soares? A Polícia
Federal com o caseiro, onde estão? São inocentes? Onde estão os mensaleiros?
Não interessa de que Partido for, aqui ninguém é mais inocente do que ninguém
neste País. A impunidade é culpada por tudo; todo o mundo faz e não acontece
nada. Isso me indigna! Aqui não tem Partido, se eu pudesse fundar um Partido
hoje, seria o Partido da impunidade para prender os ladrões e não deixá-los
soltos. Agora, aquela senhora que roubou uma margarina está presa: quatro anos
de prisão, Brasinha. Agora, quem rouba milhões não fica preso nem uma semana. A
Av. Baltazar de Oliveira Garcia é uma afronta para esta Cidade, é um desrespeito
aos direitos dos cidadãos daquela rua. Eu me indigno de gente vir aqui e dizer
que o meu Partido é melhor do que o outro. Com a impunidade que temos aqui, a
nossa liberdade está comprometida! A nossa liberdade está comprometida! Está aí
Chávez, está aí o Evo Morales, está o Paraguai também, em troca de pão, dizendo
que são honestos, eles estão acabando com a democracia e com a liberdade
também! Isso me preocupa, sim! Agora, vamos ser sensatos! Vamos fazer uma
caminhada pela paz acabando com essa impunidade, pelo amor de Deus, para
podermos salvar este Brasil enquanto é tempo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sra Presidenta e Srs. Vereadores, o fim
de semana trouxe à tona a terrível realidade de um País que se debate
convulsivamente pela onda malfazeja da corrupção. Enquanto se derrete uma
estrela, no filme Os Dez Mandamentos, quando Moisés vai para a montanha, ele
recebe duas tábuas, e nessas, os Dez Mandamentos começando pela palavra não. Há
uma ordem divina de não trair, de não matar, de não roubar, porque quem rouba,
quem trai, quem mata, quem prevarica é a espécie humana, é o ser humano, é o
bicho homem. E nós vemos, então, o ser humano perante si mesmo no espelho, numa
verdade constrangedora que desfaz um País que precisa se reabilitar
como Nação, especialmente, num conserto internacional, em que os níveis de
corrupção no País chegam a alturas insuportáveis, necessitando o País de uma
grande reforma no caráter da sua gente. Não é que não existam homens de bem,
mas se institucionalizou a corrupção nos grandes corruptos, nos pequenos
corruptos; somos uma mestiçagem, uma miscigenação que ainda não logrou começar
um País pelo seu lado menos doído, mais conseqüente e mais honesto.
Há um desprestígio profundo, não só da classe
política, mas das instituições como um todo, desde o Supremo Tribunal, a
Presidência da República, os Partidos políticos, todos, sem exceção, praticam a
corrupção, num salve-se quem puder fantástico, onde essa arbitrária divisão
condensa cada vez mais a renda e, principalmente, esquece que nós somos um País
que, só na cidade de Porto Alegre e arredores, há 250 mil pessoas
desempregadas; que nós precisamos, ao invés de 150 creches, de 400 creches na
Cidade; que nós estamos fabricando, em proporções industriais, os próximos
habitantes das Febens e das prisões, por falta de dinheiro, desse dinheiro que
é desviado, com o qual se poderia, muito bem, construir salas de aula,
construir creche e posto de saúde! E esse desvio é feito de forma criminosa,
tirando não dos ricos, que já estão com os seus problemas resolvidos, mas
tirando, abatendo na conta dos mais pobres! E aí, então, nós vemos a perfídia,
nós vemos as mazelas maiores, nós vemos, com desesperança e com desilusão,
ruírem todas as pequenas doses de um otimismo que poderia ser de um País que,
antigamente, nos deixava ufanos, mas, hoje, a cada fim de semana, somos
invadidos por essa tristeza brutal, não só em razão do roubo, da corrupção, da
safadeza, mas é porque eles pensam que em cada um de nós encontra-se um bobo.
Nós não somos bobos, nós não vamos mais aceitar calados esse acinte à
nacionalidade, essa barbaridade que fazem para o nosso povo, especialmente com
as nossas crianças.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Saúdo
a presidência da Casa, e em nome da presidência saúdo os demais Vereadores, as
pessoas que estão aqui presentes, bem como quem nos acompanha pela televisão.
Eu não vejo proveito nenhum em um Parlamento Municipal, como o nosso, ficar a
tarde toda falando sobre problemas nacionais e sobre a corrupção, pois nós não
vemos resolver isso daí. E esse não é o mal só do Partido dos Trabalhadores.
Não, não é!
A Revista Veja desta semana fala sobre o Renan
Calheiros, e me parece que o Renan Calheiros é do meu Partido, o PMDB, não é?
Então, o Renan Calheiros também estaria envolvido na “operação navalha”, e eu
não vou “atirar pedra no telhado do vizinho”, se a política brasileira está
nesse caminho. Nós não vamos ganhar nada, absolutamente nada, ao falar sobre
essas coisas nacionais, porque nós não vamos resolver os problemas nacionais
vindo a este plenário dizer que o PT tem mais corrupto que o PMDB, que o PMDB
tem menos do que o PSDB. Não! Indistintamente, são todos rigorosamente iguais.
E eu ainda estou para entender, nesses meus 62 anos de vida, de que forma Lula
se mantém nisso daí. É mérito dele; é mérito como homem, não como partidário do
Partido dos Trabalhadores; é mérito como homem. E se ele está mandando que a
Polícia Federal realmente dê conta de tudo isso, o que a gente espera é que
realmente...
Mas não é sobre isso que eu quero falar; eu
quero falar sobre coisas locais, e de uma carta que eu tenho em mãos, e que diz
exatamente o seguinte (Lê.): “Amigo, viemos através desta carta expressar nosso
sentimento quanto ao serviço que prestamos para a comunidade e que já tentamos
junto ao órgão do trabalho, mas nada foi feito. Quem sabe o senhor possa nos
dar esta felicidade e às nossas famílias. Amigo! Eu escrevo esta carta em meu
nome e em nome de todos os motoristas de táxis-lotações de Porto Alegre, pois
todos sofremos igual. Somos a classe mais desfavorecida e, às vezes, desumana
de um trabalhador. Às vezes nos humilham do jeito que querem, nos obrigando a
fazer jornadas de trabalho que variam de 14 à 16 horas por dia.”
Aqui eu vou abrir um parêntese; eu fiz um
trabalho, uma abertura de jornada esportiva, na rádio que trabalho, a Rádio
Guaíba, e perguntei da agressividade, de o porquê da agressividade dos
motoristas de táxis-lotação, dirigindo perigosamente, pelas ruas de Porto
Alegre, e a resposta está aqui. Repito: Jornada de trabalho que varia de 14 a
16 horas por dia.
(Lê.): “Temos que sair, dia a dia, loucos neste
trânsito de Porto Alegre, atrás de passageiros e nem sempre somos
recompensados. Aqui vão alguns itens que gostaria que o senhor lesse: Temos que
estar na garagem para checar se os veículos estão em ordem e limpá-los
internamente”. Então, são os motoristas que limpam os táxis-lotação, de um dia
para o outro? “Trabalhamos de 14 a 16 horas por dia, sem sequer ganhar hora
extra, e nem bater cartão ou assinar um ponto; quando não puxamos no horário
previsto da tabela, ainda ganhamos dois dias de punição (o famoso gancho) e não
somos nem remunerados; atrasando nos pontos marcados também somos punidos por
atraso, às vezes, de até um minuto”. Esta aqui é importante. “Não temos horário
de almoço e o horário que temos é de 15 a 20 minutos para comer alguma coisa.”
Mas o mínimo que se pode esperar de quem está trabalhando é que tenham 40
minutos, uma hora, para o seu almoço, mas 15 a 20 minutos para comer alguma
coisa, pegar o lotação de novo e sair adoidado pela rua atrás de passageiro?
“Não ganhamos vale-transporte e nenhum tipo de auxílio. Quando estraga o
lotação, temos que ficar esperando o conserto, sem ganhar um centavo sequer. E
se ficar estragado dois ou três dias, também não ganhamos nada; se ganhamos
alguma multa, ainda temos que pagar do nosso bolso; ganhamos comissões que
variam de 12 a 15%, e é só comissão. Roletas? Roletas são todas eletrônicas,
pois servem para conferir o fluxo de pessoas e não de passageiros. Só que a
conferência que os proprietários fazem é por ela, que só serve para eles , pois
contamos no dinheiro os passageiros que pegamos, e eles conferem na roleta, que
sempre dá muito mais do que a gente tem no dinheiro. Um exemplo: Se nós temos
200 passageiros, na roleta tem 208 a 212. Aquela comissão que nós contamos
ganhar para levar para as nossas casas, acabamos levando a metade, pois o resto
vira diferença; aqui no sistema urbano de Porto Alegre, todos os métodos de
contagem de passageiros são por meio de roletas mecânicas, ou seja, catraca. E
essas roletas automáticas sequer são aferidas pelo Inmetro; quem coordena o
monopólio dos lotações de roleta eletrônica é uma tal de Digiconter, e só sabem
dizer que está tudo certo. Imagina um passageiro, quando sobe no lotação para
pedir uma informação, tem que atravessar por baixo da roleta”. Isso aqui é
relativo. “Quando somos assaltados e levam os nossos documentos, ficamos sem
trabalhar até tirar a segunda via. Quando adoecemos, não ganhamos nada. Nossas
carteiras são assinadas com menos da metade de um profissional que nem nós”.
Acho que um motorista de ônibus. “Trabalhamos com duas tabelas” - disso aqui eu
não entendo, o Dib deve entender-, “uma com seis voltas e outra com cinco
voltas, para parecer que trabalhamos um turno só. Amigo, ajude-nos, pois tu és
a nossa única esperança. Toda a categoria te agradece.” É um assunto local.
Será que alguém vai tomar providências?
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Minha cara
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara,
queria saudar a todos. Que tristeza, mais uma vez, na capa do jornal Zero Hora,
temos a seguinte manchete (Lê.): “Relatório da Polícia Federal incrimina
Ministro de Minas e Energia”. Dificilmente passa um dia sem ter alguém citado,
homens que têm uma responsabilidade enorme de fazer um trabalho de
transparência, de honestidade, de lealdade, e são pessoas envolvidas nessas
falcatruas. E quem paga isso, mais uma vez, meus caros Vereadores, é o povo.
Infelizmente, parece que a honestidade, neste País, está, cada vez mais se
distanciando.
Mas, pelo menos, na página 27 do mesmo jornal,
tem uma notícia boa. No dia 4 de agosto de 2003 eu entrei com um Projeto de Lei
para que tivesse, nas vias, uma placa alertando que ali há controladores móveis
de velocidade, porque normalmente esses controladores móveis são colocados em
locais inadequados, ao meu modo de ver, ou embaixo de uma árvore, ou em locais
onde eles consigam ficar escondidos para poder, sim, multar os motoristas, que
já pagam o IPVA altíssimo, enfim, e acho que não é por aí que a gente vai
educar o nosso motorista.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo
quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento das Lideranças para a ordem de votação dos seguintes
Projetos: o Requerimento nº 056/07; o Requerimento nº 058/07; o PLL nº 429/03;
o PELO nº 006/05; o PLL nº 033/05; o PLL nº 035/06; o PLL nº 227/06; o PLL nº
224/06 e o PLL nº 258/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sra
Presidenta, gostaria que os dois Requerimentos fossem votados separadamente.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 056/07 – (Proc. nº 2711/07 – Ver. Elói Guimarães) – requer que o período de Comunicações, no dia 10 de setembro de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do Centenário do Jockei Club do Rio Grande do Sul. (incluído em 21-05-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento nº 056/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 058/07 – (Proc. nº 2815/07 – Verª Margarete Moraes e outros) – requer Moção de Solidariedade à Deputada Federal Cida Diogo por ocorrência de fatos envolvendo o Deputado Federal Clodovil Hernandes. (incluído em 21-05-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento nº 058/07, de autoria da Verª Margarete Moraes e outros. (Pausa.)
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 058/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra
Presidenta, eu havia solicitado que fosse votado, separadamente, exatamente
porque eu não pretendo votar no Projeto que propõe a Verª Margarete Moraes. Eu
não estou tirando a razão dela, é que normalmente eu me abstenho neste tipo de
votação. E quando se trata de votar da excrescência que é o Deputado Federal
Clodovil Hernandes, seria dar a ele muito prestígio, como se esta Câmara se
preocupasse com ele. Portanto, a minha opinião é de que devo me abster e não
votar, ainda que eu reconheça que a Deputada tenha sido agredida
por alguém que não tem mérito nem sentido. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com
a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 058/07.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sra Presidente e Srs. Vereadores, eu
estava gostando imensamente da Sessão de hoje à tarde, porque nós estávamos
discutindo um Projeto belíssimo da Verª Sofia Cavedon, dando critérios à
admissão em creches. De repente, passa pelo Plenário um assunto de que eu
gostaria de falar, não pelo seu inusitado, mas pela oportunidade de discordar
do Deputado Clodovil. A Deputada Cida é uma pessoa simpática, e os foros de
estética do Clodovil evidentemente são dele, só dele. Ele não tem “essa bola
toda” para chamar os outros de feios: ele não é uma beleza nem física, muito
menos interessante a ponto de se arvorar como juiz dos outros. Mais do que
isso, queria registrar aqui o meu desencanto, no início de uma Legislatura, ao
saber que as pessoas que votaram em Clodovil Hernandes foram enganadas.
Foram enganadas e não assinaram procuração para que ele ofendesse pessoas e
mexesse especialmente nessa parte tão delicada, que é a auto-imagem, a questão
estética das pessoas. É necessário ter educação, ter berço, ter respeito,
inclusive por uma profissão até antiga, com os que a exercem, ter dignidade com
as prostitutas. É exatamente isso que eu não aceito e quero dizer do quanto há
de pequenez em cada um de nós para nos arvorarmos dessa onipotência brutal,
constrangedora e, principalmente, ofensiva aos foros de dignidade e humanidade,
em que as relações entre as pessoas passam a piorar no momento em que esse tipo
de critério passa a ser um critério do bem e do mal, do feio e do bonito. Na
verdade, o País precisa de outras formas de progresso que não só o senso
estético, que me parece muito bom na arte. Mas, nas relações humanas, quantas
vezes as pessoas demonstram inesperadamente um valor imenso, uma riqueza
interna que podemos usufruir? Muitas vezes podemos aproveitar a felicidade de
encontrar pessoas que não têm nenhum compromisso com a estética, mas o têm com
a alma, com o coração, com o amor entre as pessoas.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 058/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sra
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
venho aqui encaminhar favoravelmente à Moção de Solidariedade à Deputada
Federal Cida Diogo. É uma Moção formulada pela Verª Margarete e assinada por
outros Vereadores. Creio, Verª Neuza, que nós temos que nos somar a esta Moção
de Solidariedade por, pelo menos, três importantes dimensões dos patamares que
a humanidade construiu como marca do ser humano contemporâneo. A primeira
dimensão é a dos direitos humanos. Está na nossa Constituição, está nos acordos
internacionais, nas resoluções da ONU que todo ser humano tem direito à
diferença, à sua expressão religiosa, à sua opção estética, à sua organização política, tem direito à integridade física, moral,
emocional. E os direitos humanos estão longe de ser alcançados para toda a
população brasileira em função da brutal desigualdade social, da desagregação
ética e moral que ainda vive este País. Mas aceitar dos Parlamentares, de um
Parlamentar que não tenha um profundo respeito por cada ser humano com o qual
se relaciona, seria relaxar a vigilância na construção da verdadeira
democracia. Parece-me que, neste momento, é importante, mesmo o Dep. Clodovil
tendo-se retratado, se desculpado - pelo menos soubemos disso pela mídia -,
firmarmos posição de repúdio a qualquer menção que não respeite profundamente o
ser humano na sua diversidade, na sua individualidade e na boniteza de cada um,
que não é o padrão de boniteza que tanto tempo fez com que muitas pessoas
fossem discriminadas.
A segunda dimensão,
pela qual considero, Ver. Dib, fundamental expressarmos a nossa solidariedade,
é a da democracia, da república que nós estamos construindo. Há pouco, em
muitos momentos fizemos debates aqui: não entendemos o sentido do voto, de
alguns votos, de imensas votações de pessoas, inclusive com problemas na
Polícia Federal, de corrupção, mas nós, ao fim e ao cabo, somos os grandes
responsáveis. A democracia brasileira precisa ser aprimorada, as instituições,
os processos de participação, a nitidez de programa partidário. E esse tipo de
debate no Parlamento só presta desserviço à democracia. Quando Parlamentares
não conseguem fazer o debate de idéias, de projetos, de divergências políticas
e descem ao nível, à ofensa pessoal, a uma descompostura, à desclassificação do
opositor, nós não contribuímos para a construção da democracia plena.
A terceira dimensão,
Ver. Adeli, é de gênero, a luta contra a discriminação de gênero que está longe
de ser abolida neste País. Nós tivemos, nesta semana, Ver. Dib, o Dia Nacional
da Luta contra a Violência Sexual, Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que, na sua
maioria - claro, diz respeito a meninos também - é a mulher que ainda é
aviltada, violentada na sua sexualidade, na sua integridade corporal. E disso
faz parte, Ver. João Antonio Dib - parece forçação, mas não é -, a mulher
objeto, a mulher que é classificada como gostosa, não-gostosa, como bonita,
como feia; a mulher é que vende o carro, vende o desodorante, vende a casa
noturna; a mulher que é transformada em objeto de desejo, de consumo; é a
mulher que é violentada. E a essa mesma mulher se diz: você é feia, porque a um
homem, em um debate parlamentar, não se vai dizer isso, vão-se dizer outras
coisas.
Então, o tema da discriminação de gênero é
preciso a fim de evitar que as nossas crianças sejam violentadas. Para
superarmos de vez as discriminações e as violências contra a mulher que
acontecem na família precisamos ter uma vigilância quase exagerada, e,
exemplarmente, uma vigilância sobre os nossos Parlamentares, sobre os representantes
do povo.
Portanto, parece uma questão singela, Ver. João
Antonio Dib, mas tem dimensões muito importantes. Ser intolerantes com esse
tipo de relação de gênero, de relação de República, de Parlamento e de relação
de Direitos Humanos é nossa tarefa, se quisermos, de fato, uma sociedade mais
justa. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento nº 058/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção
do Ver. João Antonio Dib.
Apregôo o Memorando nº 128, e informamos que a Verª Neuza Canabarro
estará representando esta Câmara Municipal na comemoração do terceiro
aniversário da Revista Voto e para o lançamento do Projeto Identidade, Gaúchos
do Século XXI, a realizar-se no dia 21 de maio, às 19h, no Solar dos Câmara,
Assembléia Legislativa.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5907/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 429/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que torna obrigatória a inspeção anual do estado geral
de saúde dos alunos da rede municipal de ensino.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Maurício Dziedricki: pela aprovação do Projeto (empatado);
- da COSMAM.
Relatora Verª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 05-06-06;
- adiada a discussão por uma Sessão.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o
PLL nº 429/03. (Pausa.) O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLL
nº 429/03.
O SR. DR. RAUL: Exma Sra
Presidenta, Maria Celeste; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, eu
venho me manifestar nesta tribuna como médico, como pessoa que já atendeu muito
em escolas, como médico do trabalho, também, em que a gente vivencia, no
dia-a-dia, as questões de saúde também do trabalhador. E eu vejo que a Lei, na
área da Medicina do Trabalho, hoje, onde não houver insalubridade, existe a
possibilidade, dos 18 aos 45 anos, de serem feitos exames periódicos, de dois
em dois anos. Claro que, antes dos 18 anos de idade e após os 45 anos, por ser
uma situação em que, ou o organismo está-se formando, ou ele está em uma
situação de maior possibilidade de doença, esses exames passam a ser anuais.
Então, eu vejo assim, muitos anos atendi também
em escolas, e hoje o que acontece é que existem ações pontuais em relação à
saúde das crianças nas nossas escolas; não existe, realmente, uma diretriz. E
este Projeto do Ver. Haroldo de Souza aponta para uma diretriz, ele aponta para
uma saúde pública melhor; então, ele tem mérito. A minha única dúvida é se o
ideal seria um por ano ou de dois em dois anos.
Eu acho fundamental, também - poderia ser
acrescido -, o exame oftalmológico quando a criança ingressa na escola, porque
isso tem a ver diretamente com o aprendizado das crianças.
Então, a minha manifestação é nesse sentido,
favorável ao Projeto, e, se possível, colocar junto a parte oftalmológica,
principalmente, quando a criança ingressa na escola.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 429/03.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sra Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, acho
que a iniciativa do Ver. Haroldo é muito positiva. Eu estava lendo amiúde,
relembrando que o Projeto tramita há algum tempo, é de 2003, e eu não me
lembrava dele, pois foi o ano em que eu não estava aqui como Vereadora; mas ele
tem uma intenção muito positiva.
Nós fizemos todo um processo de reflexão sobre a
escola, porque os altos índices de reprovação e evasão não eram compatíveis com
quem acredita na escola pública e no direito à escola que os alunos têm,
especialmente os das classes menos favorecidas, que não têm suporte em casa,
não têm apoio. Um dos grandes entraves - encontramos uma série de elementos que
ainda não estão transpostos, muitos deles - é a crença de que na escola há
conteúdos mínimos a serem cumpridos por todas as crianças em cada ano. Isso é
uma peneira e isso é uma determinante para que se peneire as crianças. Parece
que isso não superamos ainda.
Mas há outros elementos, como conteúdos que não
têm nada a ver com a realidade, como conteúdo fragmentado, como uma escola sem
graça, massificadora, que já buscamos e superamos. E acredito muito num
laboratório de aprendizagem, que dê suporte; mas há um dos entraves, que é a
rede de apoio para que a criança tenha condições plenas de aprender.
Uma das situações é a questão da saúde. E o
esforço que nós fizemos sempre foi no sentido de que o posto de saúde da
comunidade priorizasse a relação com a escola e acompanhasse, atendesse e
encaminhasse as situações detectadas pela escola. E mais, mantínhamos um programa
de revisão aos seis anos, aos sete anos, pelo menos, porque de fato é muito
complicado fazer essa inspeção - que eu acho que não é o melhor termo, Ver.
Haroldo, se pudesse mudaria esta questão da inspeção. Mas nós precisamos fazer
um acompanhamento da saúde integral, por médicos, pois é muito difícil de ser
feita no conjunto dos alunos, imaginem 50 mil alunos no primeiro bimestre do
ano. É extremamente complicado. Mas acho que devemos pautar este tema como algo
que é necessário que aconteça, porque o aluno que não é atendido por problema
de fonoaudiologia tem muita dificuldade de acompanhar uma turma, assim como
aquele que não é atendido por seu problema com óculos, ou o que não é resolvido
numa situação simples, às vezes, de dor de barriga, de incômodo de dor de
dente. Então a saúde precisa andar muito, muito alinhada com a educação para a
gente dar conta do desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes.
Ver. Dib, lhe concedo o aparte, espero que não seja para falar mal do PT!
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Verª
Sofia Cavedon, eu não ousaria discutir com V. Exa, porque V. Exa
é Professora Emérita. Mas eu apenas queria lembrar da minha infância para
aplaudir um Projeto do Ver. Haroldo de Souza. No meu tempo de criança se fazia
todos os anos exame biométrico, onde era analisada a criança: ouvidos, olhos,
nariz, garganta, pulsação, coração, rapidamente se fazia um exame e então, se
preciso, encaminhava-se a criança. Mas eu a cumprimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Dib,
lembra bem do seu tempo. Eu lembro que a nossa rede municipal, no seu tempo,
Dib, era bastante pequena. Agora, para 55 mil alunos, nós precisamos de uma
política mais integrada com a política da saúde. Eu me orgulho muito do
atendimento que os postos de saúde fazem à gestante, à mãe, no pré-natal,
pós-natal, é verdade que sempre faltou e eu vejo que nós vivemos uma crise
especial na Saúde, neste momento, precisamos de mais profissionais em programas
mais ajeitados.
Mas eu defendo, Ver. Haroldo, a aprovação do seu
Projeto para que o Governo de fato tenha uma política de integração de ações,
saúde e educação, e nós não percamos alunos e o seu sucesso escolar por não
conseguir intervir na situação orgânica dos alunos. Então, parabéns, e eu creio
que isso é mais uma demanda importante para que o Governo reorganize as suas
ações e dê cobertura às nossas crianças e adolescentes.
(Não revisado pela oradora.)
Ver. Haroldo de Souza, quando tomei
conhecimento, vendo a pauta, do seu Projeto, que é um Projeto que está
tramitando há bastante tempo, eu, na realidade, quase tive uma síncope, porque
o seu Projeto é algo que existe desde 1939, ou existia, e eu fiquei me
questionando em que momento parou de existir. O Ver. João Antonio Dib, como
Prefeito de Porto Alegre, ao passar a Prefeitura Municipal ao Prefeito Alceu
Collares, deixou em cada escola do Município de Porto Alegre um médico com a
finalidade específica de fazer o atendimento, exatamente o que está sendo
colocado aqui, Ver. Haroldo de Souza. Quando nós assumimos a Secretaria
Municipal de Educação, em 1986, nós recebemos uma queixa que esses médicos não
ficavam nas escolas, esses médicos que faziam a inspeção anual, no início do
ano. Nenhum aluno, desde 1939, e eu tenho aqui a documentação, freqüentava as aulas de Educação Física antes de ter o exame completo.
Ele ingressava na primeira série e tinha que ter o exame completo. Todos os
anos, no início do ano, os alunos eram examinados, para ver as condições de
coração, a estrutura física, nutrição, subnutrição, as condições nutritivas do
aluno e a questão dos olhos, se estavam enxergando bem ou não. Bem, nós
recebemos uma queixa de que esses médicos não ficavam nas escolas. Então o que
foi feito? Nós retiramos os médicos, mas se manteve a atividade, eles passaram
para a Secretaria da Saúde, para que pudessem aumentar o atendimento médico da
população carente, mas se mantinha o atendimento médico, odontológico em todas
as escolas municipais. E isso era obrigatório. Em 1930, se começou o Projeto
para a saúde do professor, e, naquela época, Ver. Haroldo, um professor não
ingressava no Magistério até pela voz; se tivesse uma voz estridente, rouca,
não ingressava, ele tinha que ter uma voz agradável para o aluno. A partir de
1939, em todo o Brasil, todas as escolas públicas passaram a dar esse
atendimento. Eu ouvi aqui que, em 1990, com a modificação, com a criação do
SUS, passou à Secretaria da Saúde. Em 1997, ficou ligado diretamente à Saúde,
mas mantido esse atendimento. Então eu me questiono, porque, segundo a Verª
Sofia Cavedon, isso não está sendo feito. Quando é que se perdeu? Quem tirou e
por quê? Porque é uma obrigação a manutenção dessa inspeção escolar de todos os
alunos. Os alunos não podem iniciar o ano letivo, freqüentar as aulas de
Educação Física sem essa inspeção médica. Então eu lhe dou toda razão de estar
com o Projeto, porque, na realidade, não seria necessário. Então nós precisamos
ver por que ele foi interrompido. Segundo informações da Verª Sofia, que foi
Secretária Municipal da Educação, se perdeu no tempo. Só que, se já existe essa
obrigatoriedade, se já existe quem banque tudo isso, não cabe o Projeto. Então
esse é o questionamento que eu faço.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para discutir o PLL nº 429/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Sra
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhores e senhoras, meu amigo Haroldo, quando você fez este Projeto, você
devia estar num momento de inspiração, as “bandeiras estavam tremulando”, e
você conseguiu escrever um bom texto.
Eu acredito que, Ver. Haroldo, essa inspeção que
você coloca aqui, ela não ficaria completa somente com os médicos. Eu acho essa
inspeção, também, teria quer ser bucal, ela teria que ser, também, da saúde
dentária, porque, afinal de contas, durante muito tempo, nós tivemos na rede
escolar os dentistas que atendiam à rede escolar.
Ver. Dr. Raul, um dos grandes males - e eu acho que a população tem que saber das coisas, para poder aprender a julgar -, um dos grandes males que os 16 anos do PT causaram à nossa população, um dos grandes males foi exatamente esse: eu e a Verª Neuza estávamos lá na Restinga, fomos visitar um CIEP, Ver. Haroldo, e lá naquele CIEP, nos tempos passados, existia um consultório de um dentista, um gabinete dentário que atendia as crianças; quando nós fizemos a visita, lá nesse CIEP, sabe o que tinha virado aquele consultório dentário? Tinha virado um fumódromo. A Administração petista mudou um consultório, um gabinete dentário para um fumódromo, e assim deve ter acontecido com os médicos. Os médicos do nosso Município também se foram aos poucos... E Ver. Dr. Raul, V. Exa. conhece bem esses tempos; o Dr. Goulart que não está aqui; o meu amigo Claudio Sebenelo, meu companheiro de Bancada, também conhecem, mas, aos poucos o PT foi tornando despicienda essa atividade, principalmente com relação às escolas. E agora, quando o Ver. Haroldo levanta essa necessidade que existe de os médicos acompanharem as crianças e fazerem uma inspeção anual - eu digo que não apenas os médicos, os dentistas também -, aí, vem aqui na tribuna o PT e parece que, sem memória, ou achando que ninguém mais tem memória, começa a atacar a Administração dizendo que agora não tem. Mas não tem por causa do PT, por causa da Administração petista, por causa daquilo que eles fizeram durante os seus 16 anos. E, para consertar alguma coisa, primeiramente tem-se que reconhecer o erro. Se o PT não consegue reconhecer o erro, aí fica difícil realmente voltar, algum dia, para administrar de novo o nosso Município. Eu acho que é da democracia essa alternância de poder. É muito bom que os poderes possam se alternar, isso é excelente! Agora, é preciso que aqueles que cometeram erros no passado...
Esse fato do gabinete dentário, a Verª Neuza
Canabarro e eu constatamos, filmamos e fotografamos lá na Restinga, quando um
gabinete dentário se transformou, Verª Sofia Cavedon, num fumódromo, e foi a
Administração do Governo de V. Exa que fez isso lá.
Precisamos consertar? Claro que sim. Agora, Ver.
João Antonio Dib, quando a gente precisa consertar alguma coisa na
Administração, precisa perguntar primeiro quando há recurso para fazer isso
agora? Se não tem recurso, tem que buscar, porque isso é realmente
indispensável.
Nós precisamos voltar a melhorar a qualidade do
ensino? Claro que sim, porque nos últimos tempos essa qualidade despencou. Mas
precisamos também fazer com que essas crianças que freqüentam as escolas
públicas tenham toda a atenção de médicos e dentistas. Isso é o que pensamos
para que as crianças possam aprender melhor aquilo que estão lhes ensinando.
Agora, que os Vereadores do passado não têm o
direito de vir aqui apenas atacar aquilo que acontece no presente, não têm!
Porque eu fui testemunha do passado, e o que eu sei do passado, Ver. Carlos
Todeschini, é que as coisas começaram a entortar, a ficarem ruins, lá atrás. E
nós precisamos agora consertar os erros do passado. Não adianta querer
simplesmente encontrar culpados, os erros do passado têm que ser consertados. Mas
a primeira coisa é que tem que haver um reconhecimento de culpa.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 429/03.
O SR. ADELI SELL: Verª Maria
Celeste, mui digna Presidenta; colegas Vereadoras e
Vereadores, cidadãos e cidadãs que acompanham nossa Sessão aqui, será que o
tom, a discussão, os temas, o tipo de debate que aqui acontece neste momento
seria o mesmo se esta Sessão fosse feita lá na Zona Norte, Ver. Mauro Pinheiro?
Será que seria o mesmo? Será que na Lomba do Pinheiro, onde o PT construiu
escolas quando não havia, colocou PSFs onde não existiam, o discurso do Ver.
Braz seria o mesmo? Não, não seria o mesmo. Mas aqui é a Casa do Povo, aqui nós
representamos visões, aqui é a Casa da democracia: fala-se, mas também é
preciso ouvir.
Ouvi muito bem o que
disse o Ver. Braz. O Partido dos Trabalhadores não é um ente supremo, deus
ex machina, presente com seus gestores em todos os lugares, e não está
escrito em nenhum lugar - nunca dissemos, nunca afirmamos - que não tivemos
falhas, lacunas em nossas administrações. Ah, se fôssemos perfeitos! Os seres
humanos não são perfeitos.
Agora, o que não se
perdoa num ser humano é a corrupção, é a malversação de fundos públicos. O que
pode ser corrigido, deve ser corrigido. Por exemplo: fechou um gabinete
dentário, não se transferiu para outro local, não se fez um uso adequado do
equipamento? Vamos cobrar, sinalizar, dar prazos e resolver. É assim que tem
que ser feito, é assim que temos que agir. Eu penso assim, eu ajo assim, e falo
aqui como Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Quero dizer que,
quando fui Secretário, não fiz tudo o que eu almejava fazer, o que tinha
propósito de fazer; fiz o máximo que o tempo me permitiu, fiz o máximo que as
minhas forças puderam e a articulação de 400 funcionários numa pequena
Secretaria puderam fazer. Eu tenho certeza de que o mesmo esforço fez Guilherme
Barbosa nas obras; Margarete Moraes, na Cultura; Sofia Cavedon, na Educação; Carlos
Todeschini, no DMAE - eu tenho convicção disso. Nós não temos arrogância de vir
aqui e achar que tudo está perfeito. Não, pelo contrário; nós, Ver. Haroldo de
Souza, temos a sua preocupação e estamos solidários. Inspeção, averiguação,
sim, nós queremos, nós precisamos, as crianças têm esse direito, o cuidado com
a sua saúde. Nós sabemos que algumas questões peculiares às pessoas, como
esforços físicos, dependendo do que for feito, poderão ter seqüelas
irreversíveis, ou como aconteceu no futebol - que o Ver. Haroldo conhece muito
bem –, inclusive com morte. Por isso, nós vamos acompanhar a sua proposição.
Esperamos que a Prefeitura, o Governo Municipal tenha também a mesma
sensibilidade.
Se for preciso fazer
adequações no Orçamento, nós votaremos o Orçamento do ano que vem; faremos as
Emendas que terão que ser feitas para adequar, claro que inclusive em
publicidade. Diga-se de passagem, a publicidade - Verª Sofia e Ver. Mauro
Pinheiro, pelo que eu vi ontem, da Administração Fogaça - peca quanto ao art. 37
da Constituição Federal, porque ela fala da atual gestão, do atual Governo. E,
segundo a Constituição, não pode; ela tem que ser uma publicidade da
Instituição, da Prefeitura, e não do Governo. Então, gaste menos em
publicidade, gaste mais em Saúde e Educação. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLL nº 429/03, por cedência de tempo do Ver. Carlos
Todeschini.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Maria Celeste, Presidenta desta Casa; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu acho engraçado que o Ver. Luiz Braz tenha uma opinião tão ruim da
Administração Popular que, em Saúde, municipalizou os postos de saúde,
municipalizou dois hospitais, assumiu a Saúde, plenamente, deste Município, com
coragem, Ver. Luiz Braz. E um dos temas que nós enfrentamos foi a questão, sim,
de que a escola, para nós, não é lugar – e esta é uma divergência que temos com
a Verª Neuza Canabarro, que temos com V. Exa – de ter lá uma série
de serviços alheios à Educação, e centralizamos, de fato, o atendimento nos
postos de saúde. E se a Escola Pasquallini – não sei se foi essa a Escola que
V. Exa citou ou a Escola Dolores – deu outro destino ao espaço - que
antes era um consultório - para os professores que fumam, isso não pode ser
considerado uma política da Administração Popular, Ver. Luiz Braz! Isso é uma
decisão de cada escola que reorganiza os seus espaços, o que eu respeito muito,
porque provavelmente ela estava protegendo os professores que não fumam, porque
lá não se fuma nos corredores, não se fuma nos pátios, e destinou um espaço
para os fumantes.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia Cavedon, foi na Escola
Lidovino Fanton.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Lidovino Fanton.
Muito obrigada. Portanto, as escolas têm autonomia, nós respeitamos,
construímos com as escolas uma série de políticas e espaços novos para as
crianças aprenderem com os laboratórios de aprendizagem, com as salas de
integração e recursos, que são dezessete, com professores especiais, com o
Braille, com impressora Braille, com condições de atender as crianças com
situações diferenciadas, incluídas na rede municipal.
Então, assim, não dá para transformar uma
decisão de alocação de organização de espaço da escola numa política municipal.
Quero dizer que nós estamos fazendo uma Emenda
que modifica o termo “inspeção”, Ver. João Antonio Dib, porque nós acreditamos
que Saúde não pode ser feita na forma de mutirão. Não é quando o Governo decide
fazer atendimento que as pessoas adoecem, as pessoas precisam de,
principalmente, uma saúde preventiva, orientação e sempre mantivemos programas
nesse sentido: programas de higiene e cuidado bucal, em parceria com a Saúde;
programas de avaliação oftalmológica, programas em parceria com o Governo
Federal, e chegávamos em todas as crianças de seis e a sete anos; programa de
apoio e construção de uma política de saúde, que vai além da questão corporal,
pois inclui a atividade física, a arte, todo um currículo que trabalha o bem-estar
da criança. Bem, essa é a nossa visão integral.
E, em função da situação caótica de fechamentos
de vários postos de saúde, Ver. Braz - e não é invenção minha -, o Sindicato
Médico, que, historicamente, é contra o PT, colocou no jornal, Ver. Adeli, um
alerta ao Prefeito Municipal de que o PAM-3 está um caos, precisa de
interdição, precisa de intervenção municipal. Além da ausência de recursos do
Estado do Rio Grande do Sul, nós temos uma série de problemas seriíssimos de
gestão para a Saúde em Porto Alegre, e é óbvio que isso está atingindo o
atendimento que se fazia em parceria com os postos de saúde para as crianças
que estão na escola! Por isso que, quando eu fiz a minha intervenção, eu fiz
pouquíssimas críticas ao Governo Municipal, Ver. Luiz Braz, que forçou a barra,
aqui, e fiz minha intervenção dizendo que não apoiamos o jeito que está, pois
eu acho que um mutirão, em dois meses, para 50 mil alunos, não tem como fazer -
e eu me admiro que o Governo não esteja falando aqui. Agora, o Projeto chama
atenção para o tema e indica ao Executivo que ele tome providências. E, para
nós, não tem que ser através de inspeção; tem que ser através de acompanhamento
sistemático, atendimento privilegiado nos postos de saúde, atendimento imediato
quando a supervisão da escola encaminha porque precisa, tem que ser um trabalho
continuado, e principalmente preventivo. Parece-me que o Projeto não diz como,
a não ser nessa questão dos dois meses, e nós estamos propondo emendas nesse
sentido. O Projeto, na verdade, chama a atenção do Executivo, porque precisa
ter essa política, e ela tem que estar muito azeitada para o sucesso escolar
dos nossos alunos.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLL nº 429/03.
O SR. PROFESSOR
GARCIA:
Sra Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o
Projeto do Ver. Haroldo de Souza, no mérito, é incontestável, acho que nenhum
Vereador contestará. Só que eu acho importante nós fazermos alguns
esclarecimentos que julgamos importantes. Primeiro, com a municipalização do
ensino, todas as escolas estaduais que tinham seus equipamentos odontológicos e
mais o conjunto de médicos foram desativados. A própria legislação federal
também fez com que não fosse mais obrigatório o exame anual, inclusive na rede
pública; hoje, já não é mais feito. Agora, quanto à questão do mérito, sabíamos
que muitas vezes aquele exame era talvez o único contato que tinham
determinadas crianças com o médico.
Eu vou ler o que eu escrevi em 2006, quando fui
Relator, na época, do Projeto (Lê.): “Vem a esta Comissão, para parecer, o
Projeto em epígrafe, de autoria do Ver. Haroldo de Souza. De imediato,
ratificamos o Parecer nº 037/04, CEFOR, por se tratar de evidente vício de
origem, diante do poder regulamentador de competência do Poder Executivo,
razões e fundamentos nele expostos. Por outro lado, entendemos não ser demasia
a transcrição infra dos seguintes excertos daquele Parecer, aprovado por esta
Comissão: ‘Sem dúvida, seu mérito é importante porque demonstra a preocupação
de seu Autor com a saúde escolar. No entanto, não se trata de uma sugestão ou
do denominado projeto autorizativo, mas sim de proposta cogente, ferindo a
iniciativa do Chefe do Executivo Municipal. Além disso, como atribuição legal e
regimental desta Comissão, verifica-se que, se aprovado, indubitavelmente,
criará ou aumentará a despesa, criando, para poder ser cumprida, obrigação
nova, desconforme com o contido na art. 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal -
LRF - qual seja, a conhecidíssima e difundida Lei Complementar nº 101, de 2000,
como norteadora da legalidade e da moralidade administrativa da gestão pública
nos três níveis de Governo.” É por isso que nós falávamos da questão municipal,
estadual e federal. “Por último, sem dúvida, há de ser respeitado o brilhante
mérito da proposição. Porém, o meio é inidôneo. Seria o caso de Pedido de
Providências (art. 97 do Regimento) como medida político-administrativa.
Essa contribuição ou colaboração ao Poder
Executivo poderá se dar por meio de Pedido de Providências (art. 97 do
Regimento), ou, quem sabe, até por Indicação, (art. 96 do Regimento), conforme
for a esfera administrativa competente. Poder-se-á, inclusive, encaminhar
minuta do Projeto a ser proposto. Obviamente, como sempre, visando ao bem-estar
da população e ao interesse público. Portanto, no caso, o meio utilizado não é
idôneo, pois acaba interferindo na ação administrativa do Executivo.
De qualquer modo, como dispõe o Regimento desta
Casa, em decorrência do art. 55 e de seu parágrafo único, é bastante um parecer
favorável de Comissão para que um Projeto que não seja arquivado e possa,
portanto, tramitar até o julgamento soberano de Plenário.
Diante disso, ratificamos a rejeição do
Projeto.”
Coloco essas premissas, porque, no mérito, somos
favoráveis, mas, como o Projeto está determinando e isso é uma prerrogativa do
Executivo, nós, inclusive, até sugerimos que o Vereador entre em contato com a
Secretaria da Saúde, com o Prefeito Municipal e proponha. Mas é importante
salientar que hoje - e aí eu volto à questão do mérito -, nas escolas
municipais, nas escolas estaduais, não é mais exigida a obrigatoriedade do
exame médico. Já coloquei as minhas questões do mérito e coloquei os meus
óbices quanto à questão da legalidade do Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo a
Emenda nº 01 ao PLL nº 429/03 (Lê.): “Substitua-se o termo ‘inspeção’ por
‘avaliação’ no caput do art. 1º do PLL nº 429/03 e sempre que aparecer
nos demais artigos da proposição.” Assinam a Emenda o Ver. Adeli Sell, Líder da
Bancada; a Verª Sofia Cavedon, o Ver. Mauro Pinheiro, o Ver. Aldacir Oliboni e
o Ver. Guilherme Barbosa.
Apregôo a Emenda nº 02 também ao PLL nº 429/03
(Lê.): “Inclua-se o termo “e das creches conveniadas com a Prefeitura” no art.
1º após o termo “rede municipal de ensino”. Assinam a Emenda o Ver. Adeli Sell,
Líder da Bancada; o Ver. Aldacir Oliboni, a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Mauro
Pinheiro.
Apregoamos o Requerimento de autoria do Ver.
Adeli Sell, que solicita votação em destaque das Emendas nº 01 e nº 02 e
dispensa do envio à apreciação das Comissões, PLL nº 429/03. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o PLL n° 429/03. (Pausa.) O Ver. Haroldo
de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 429/03.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Minha saudação
à presidência e, através dela, a todos os Vereadores e Vereadoras. Vício de
origem, Professor Garcia, deve ser o nosso vício de criar burocracia para
atingirmos os nossos objetivos. É assim que eu, mais ou menos, vejo esse tal de
vício de origem; ah, tem mérito, mas... É, tem mérito, mas? Sabe, eu tive essa
idéia a partir do instante em que estava pensando no meu filho menor, o último
deles, que está com 14 anos, e antes mesmo de eu ser Vereador eu já pagava para
ele a mensalidade no Colégio Rosário - poderia ser qualquer outro colégio de
Porto Alegre, da rede privada -, mas esse projeto eu criei para o pai e para a
mãe que não têm condições de dar uma escola particular aos seus filhos, só
isso, nada mais do que isso. Agora, se tem vício de origem, vota contra! Vota
contra, mas não cria obstáculo para que esse Projeto chegue ao Sr. Prefeito
Municipal, e ele faça uso, em nome da Prefeitura.
Eu sempre disse aqui que podem riscar aquele
nomezinho ali, do Ver. Haroldo de Souza. Não, não precisa sair em lugar nenhum
que foi o Ver. Haroldo de Souza que pediu que os alunos da rede municipal de
ensino tivessem um exame anual, não! Não há necessidade. A necessidade é que o
trabalho seja feito.
Mas o que não é inconstitucional neste País? É
constitucional a corrupção? Você não fica assim, meio perdido? Então, o que
estamos fazendo, nós, aqui, Professor Garcia? Se nós formos seguir, única e
exclusivamente, regulamentos, itens, artigos, parágrafos, nós não vamos fazer
absolutamente nada aqui.
Então eu peço, se ninguém mais for encaminhar,
que a Presidência da Casa, com o número de Vereadores que estiverem nesta Casa,
aprovado ou não, eu quero que este Projeto seja votado, hoje, aqui na Câmara
Municipal de Porto Alegre. Estou pedindo bem pouquinho, que a Prefeitura
Municipal, que a Secretaria Municipal de Saúde fique encarregada de, uma vez
por ano, fazer exames nos alunos da rede Municipal de ensino. Para a Vereadora
que disse, aqui, que 50 mil alunos é um número muito grande para a rede
municipal de saúde atender, espera aí, eu acho que até o voluntariado, o
Professor Sebenelo, poderiam ser juntados para que isso fosse feito, senão nós
vamos ficar, sim, sempre naquela: este Projeto é autorizativo, este Projeto tem
vício de origem, mas tem mérito! “Durma-se com um barulho desses”, eu não
consigo entender.
(Não revisado pelo orador.)
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 429/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. Professor
Garcia. Registro a presença de 33 Vereadores.
Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 429/03.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
com abstenção do Ver. Professor Garcia. Registro a presença de 33 Vereadores.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1550/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 006/05, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VIII do art. 94 da Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, reduzindo o prazo para o Prefeito
Municipal prestar as informações solicitadas pela Câmara Municipal.
Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver.
Adeli Sell: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver.
Elias Vidal: pela rejeição do Projeto;
-
da CECE. Relatora Ver.ª
Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Ver.ª
Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relatora Ver.ª
Mônica Leal: pela rejeição do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 129
do regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 25-09-06.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão,
em 3ª Sessão, o PELO nº 006/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0654/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que
determina que os cargos em comissão da Administração Pública Municipal, direta
e indireta sejam exercidos por servidores do quadro efetivo do Município no
percentual de, no mínimo, quinze por cento.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia, por força do
art. 81 da LOM, em 17-05-06.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o
PLL nº 033/05. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLL n° 033/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO:
Sra Presidenta, Verª Maria Celeste; meus
colegas Vereadores e Vereadoras, há uma praxe nesta Casa, de a gente não votar
Projeto quando o autor não está presente. A Verª Margarete não estando
presente, eu subo para discutir porque eu acho que a gente deveria levar isso
para a Sessão de quarta-feira.
A Verª Margarete é
muito caprichosa na elaboração dos seus Projetos, mas esta matéria não dá para
seguir, porque, meu jurista Elói Guimarães, a Verª Margarete está dizendo que
dos Cargos em Comissão, da Prefeitura, 15% devem ser reservados para
funcionários de carreira. Eu acho que, primeiramente, essa é uma questão de
organização administrativa, e só tem competência para mudá-la o Executivo;
portanto, tem vício de origem essa matéria. Segundo, seria mais razoável,
dentro desse raciocínio, reduzir em 15% os cargos de confiança - pode ser uma
outra tese. Eu, sinceramente, acho que para os cargos de confiança, em qualquer
ente federado, deve haver limites, porque não se pode exceder da boa gestão
pública. Em Porto Alegre nós temos uma população de um milhão e meio de
habitantes, temos 22 mil funcionários e, se não estou enganado, temos uma média
de 700 cargos de confiança. Isso é mais ou menos razoável, mas, se
querem se debruçar sobre isso, eu sou parceiro para ajudar; se há condições de
reduzir, vamos reduzi-los, mas a redução não pode ser fruto de um Projeto
isolado.
Agora, nós estamos assistindo aí na República a
estas coisas tristes: “Sanguessuga, mensalinho, mensalão” e agora
“navalhinha e navalhona”. Qual é o pano de fundo dessa questão? São várias
situações que começam com a emenda parlamentar, que eu acho que neste Brasil
tem que acabar. Se queremos enfrentar a corrupção, temos que enfrentar algumas
questões, e uma delas é a emenda parlamentar. Indiscutivelmente, Ver. Nilo, a
corrupção tem muito a ver com esse emaranhado de cargos de confiança que tem o
Governo da República, são 25 mil cargos espalhados pelo Brasil inteiro. Depois
da eleição para Presidente da República, Sra. Presidenta e Srs. Vereadores,
troca o chefe da segurança do Porto de Santos, porque isso está lá, isso é
Cargo de Confiança! Isso é errado. E eu não estou falando deste Governo;
Governos outros passaram e nada fizeram para mudar. E a corrupção não é uma
coisa do nosso País, ela é do mundo. Só que países outros conseguiram
implementar legislações que colocam o ladrão na cadeia, e aqui não!
Então, volto ao tema colocado, Presidenta. Acho
que podemos discutir, mas a minha sugestão é de que não enfrentemos a votação
em razão do respeito que temos pela nossa colega Vereadora, correto? Acho que a
Bancada do PT poderá fazer isso, vou respeitar, mas não posso encaminhar
favorável a discussão desta matéria, porque há uma interferência numa questão
organizativa. Acho que podemos discutir isso - se deve reduzir ou não -, mas
simplesmente um Projeto de um Vereador dizendo que vai transformar Cargo em
Comissão reservado para quem é de carreira eu acho que é uma intromissão
administrativa e fere a Lei Orgânica, portanto acho que não devemos fazer isso.
Evidentemente, o Plenário vai decidir pela sua maioria no momento oportuno
sobre esse tema.
Quero agradecer, Sra. Presidente, inscrevi-me
porque vi que ninguém tinha se inscrito, e eu não queria que a matéria passasse
sem uma discussão. Acho importante que a gente possa produzir uma discussão
sobre este tema. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a
palavra para discutir o PLL nº 033/05.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Sra Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, nós gostaríamos de discutir o Projeto com a presença da Verª
Margarete Moraes, mas queremos aqui fazer o enfrentamento da matéria, vejam,
não adentrando ao vício de origem à iniciativa que não tem o Parlamentar, mas
examinar a questão do mérito do Cargo em Comissão. Eu tenho dito e digo que o
Cargo em Comissão é um instrumento que reputo importante, sim, porque
reservados em níveis bastante pequenos para o conjunto da Administração, são
aqueles cargos cujas características e relações se fazem imprescindíveis a
determinadas atividades, mormente à atividade política. Eu chego a dizer que o
ocupante de Cargo em Comissão tem, por assim dizer, tarefas redobradas e não
tem direito nenhum, é uma pessoa que é convidada para um determinado tempo, pro
tempore, para exercer uma atividade de assessoria, na maioria das vezes
política, sim, porque o Parlamentar tem que fazer política. O cargo de
Parlamentar é diferente de outros cargos como o de Juiz, de Delegado, cargos de
outras atividades, do funcionário público; enfim, o Parlamentar tem
compromissos, além dos compromissos que envolvem a sua instituição, no caso, a
Câmara, ele tem compromissos lá na rua, ele tem que ir às
comunidades, não tem hora, dia, não tem domingo, não tem feriado, ele precisa
estar constantemente em contato com as comunidades. O Parlamentar faz isso,
porque, se não fizer, não volta mais para o seu Parlamento, para a sua Câmara.
E aquele que exerce o Cargo em Comissão faz a mesma coisa, e é da absoluta
confiança do Parlamentar ou do governante, porque é necessário. Então, não tem
horário, não tem regime, não tem isso, não tem aquilo e não tem aquele outro...
E são em doses pequenas, porque basta nós examinarmos o conjunto da Administração, a lotação dos cargos públicos, para ver que o Cargo em Comissão é em número reduzido. E nós, Parlamentares, que temos pessoas em Cargos em Comissão, dizemos: “Olha, vai a tal lugar, vai sábado, vai domingo, vai feriado, vai etc. e tal”. Isso aí não gera contrapartida, vejam bem; na realidade, além da sua atividade, se for o caso, no gabinete ou nos espaços administrativos do Governo, enfim, das Câmaras e Congresso, ele tem essas atividades que se vinculam às comunidades, ele é, por assim dizer, um mandalete, está lá em contato permanente com as comunidades, exatamente fazendo o que é o dever do Parlamentar.
Então, Sra Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós defendemos o Cargo em Comissão nos limites
que se possui, porque, efetivamente, eles trabalham e trabalham bastante. Basta
perguntar a qualquer um de nós ou a qualquer um daqueles que têm, seja na área
que for, os Cargos em Comissão. Eles não têm hora, não têm dia, e mais, não têm
vínculo, são pro tempore. Se o Parlamentar, vamos falar no caso aqui, ou
o governante não se reelege, ele deixa de exercer a função e outros virão.
Então, eu acho importante o Cargo em Comissão, de forma cuidadosa. Portanto,
fica aqui a nossa manifestação, contrariando, radicalmente, aqui, o Projeto da
Verª Margarete Moraes. Obrigado, Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 033/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na minha longa vida
pública, eu passei por muitos lugares; um deles foi durante dois meses na
cidade de Hamburgo, onde recebi uma bolsa de estudos de Administração
Municipal. Lá, achei uma coisa maravilhosa: na Administração, quando trocava o
Governo, trocava o Secretário, mas era só o Secretário, ele já tinha de fazer a
política que já vinha sendo feita pelos servidores da Secretaria, pelos
diretores da Secretaria, que eram todos de cargos de carreira.
Eu fui Prefeito desta Cidade, e a maioria das
minhas Secretarias - eram dez, não eram tantas quantas hoje: Saúde, Transporte,
Planejamento, Educação, Fazenda, Administração, Procuradoria-Geral, e todas
foram ocupadas por servidores municipais, o que me dava absoluta tranqüilidade.
Porque, na verdade, o que a Verª Margarete Moraes propõe hoje, que apenas 15%
sejam dados em Cargos em Comissões aos servidores, eu entendi que aqueles
servidores que se aposentavam saíssem para dar oportunidade para os outros que
estavam dentro dos quadros municipais crescerem. Não havia necessidade de
trazer gente de fora. Até porque, quando eles entram na Prefeitura, eles vão
aprender, não entram lá conhecendo profundamente os meandros da Prefeitura;
podem ser competentes, extremamente competentes, com títulos de mestrado,
doutorado e outras coisas mais. Mas a Prefeitura é a Prefeitura, e, para a
Prefeitura eu criei a expressão “o Prefeito é o administrador da escassez”. Eu
consegui realizar muitas coisas, porque os meus servidores - eu digo meus
porque eles eram do meu coração, porque eles eram da minha confiança, porque eles
eram da minha amizade e eram da minha responsabilidade -, quando eu saísse,
eles ficariam respondendo por eventual erro que tivesse acontecido.
Portanto, a idéia da Verª Margarete, de 15%, é
modesta, mas é inteligente, é interessante, é importante que cada setor da
Prefeitura tenha alguém. Quando recomeçam as Administrações, porque troca o
Administrador, mas a Administração tem de continuar, é importante que haja
pessoas que saibam como movimentar a máquina. E não apenas partidariamente, mas
como servidores públicos de alma e coração, assim como temos na nossa
Prefeitura, e levam as nossas Secretarias para frente, levam as nossas
diretorias, que levam os nossos departamentos autônomos para frente.
No DMAE, tive um diretor-servidor; também no
DEMHAB tive o Dr. Rui Medeiros, que hoje faz um ano do seu falecimento. Tive
servidores, e os servidores da Prefeitura são extraordinários, e, se não
acrescentamos muitos Cargos em Comissão, podemos dar melhores salários, podemos
dar melhores oportunidades para aqueles que têm competência, e eles podem se
dedicar mais, muito mais, ao serviço público.
Eu acho que eles podem conjugar, com muita
tranqüilidade, o verbo ser: eu quero ser útil; eu quero ser competente; eu
quero ser sério; eu quero ser responsável; eu quero ser solidário; eu quero ser
colega dos meus colegas, e não uma pessoa estranha, que ali chega e pensa que
vai fazer mudar o céu e a Terra.
Portanto, acho que a Verª Margarete Moraes, no
seu Projeto, foi modesta, e poderia pedir mais, e o Prefeito poderia, sem
nenhuma dúvida, entender que ela está tentando ajudar e não criar problema.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação Requerimento de autoria do Ver.
Adeli Sell, que solicita adiamento da discussão do PLL nº 033/05 por uma
Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Solicito
adiamento da discussão do PLL nº 035/06 por uma Sessão, pois necessita de 24
votos.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Em votação Requerimento de autoria do Ver. João Antonio
Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5390/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/06, de autoria do
Ver. Carlos Comassetto, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao Senhor Nelson da Silva.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2.º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 14-05-07.
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Discussão geral e votação nominal do PLL n°
227/06, de autoria do Ver. Carlos Comassetto.
O Ver. Adeli Sell pede verificação de quórum.
Registro a presença de oito Vereadores, portanto
não há quórum para continuarmos a presente Sessão.
Quero informar ao Plenário e fazer um convite:
nesta semana, a Semana de Combate à Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes, está sendo organizada uma série de atividades na cidade de Porto
Alegre, e coube à Câmara Municipal, como parceira desses eventos que acontecem
na Cidade, a projeção do filme o Canto da Cicatriz, e, logo após a apresentação
do filme, haverá uma mesa-redonda com vários painelistas da nossa Cidade, aqui
no Plenário Ana Terra, às 19h do dia 23 de maio. Fica o convite que se estende
a todos os senhores e senhoras Vereadoras e Assessorias de nossa Casa.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h14min.)
* * * * *